Operação Marquês continua a 'fazer vítimas'
Megaprocesso está a dar origem a vários outros processos mais pequenos, mas com ligações entre eles.
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País Investigação
Carlos Santos Silva (na foto), melhor amigo de José Sócrates e ex-administrador do Grupo Lena, está a ser alvo de nova investigação por corrupção.
Ao que o Diário de Notícias apurou, Santos Silva foi apanhado em escutas telefónicas comprometedoras com Delfim Albuquerque, um homem de nacionalidade angolana que os inspetores da Autoridade Tributária e Aduaneira acreditam tratar-se de um intermediário para o pagamento de comissões para adjudicações de obras do Grupo Lena em Angola.
Nas conversas, revela o DN, foram também apanhados Joaquim Paulo Conceição (administrador executivo do Grupo Lena) e António Gameiro (deputado do PS).
Na origem deste novo processo estão suspeitas de corrupção no setor da construção em Angola com o objetivo de favorecer o Grupo Lena no que ao número de adjudicações diz respeito.
Sobre o cidadão angolano, que detém uma discoteca na zona de Entrecampos, em Lisboa, o inspetor da Autoridade Tributária e Aduaneira, Paulo Silva, refere que “este interveniente assume um papel de intermediário entre o governo de Angola e o Grupo Lena nas adjudicações de obras públicas naquele país e aos pagamentos das mesmas e, como contrapartida, exige uma compensação”.
Escutas ao “palhaço” a quem é feito “outro depósito”
Ainda de acordo com o DN, numa das conversas intercetadas entre Carlos Santos Silva e Delfim Albuquerque, o cidadão angolano disse estar à espera de 5% do valor de uma obra adjudicada. Noutra conversa, em janeiro do ano passado, o “intermediário” mostrou-se desagradado com a situação, dizendo que o andavam a fazer de “palhaço” e, por isso, não iria “fazer mais pelos gajos da Lena”.
Quem também foi apanhado na rede de conversas foi o deputado socialista António Gameiro. Num telefonema entre o deputado e Santos Silva este último diz já ter feito outro depósito na conta de Delfim Albuquerque. “Outro?”, questionou Gameiro, o que dá a entender que o socialista estava a par dos negócios com o cidadão angolano.
Contactado pelo DN, o deputado socialista negou ter conhecimento do tipo de negócios que Delfim Albuquerque tinha a seu cargo.
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