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Aspirante a freira fugiu de convento no centro de polémica

Três freiras e um padre ficaram sujeitos a termo de identidade e residência na sequência de suspeitas levantadas sobre a Fraternidade Missionária Cristo Jovem. Uma mulher que em tempos foi aspirante a freira conta como fugiu do convento há 25 anos.

Aspirante a freira fugiu de convento no centro de polémica
Notícias ao Minuto

08:02 - 29/11/15 por Notícias Ao Minuto

País Famalicão

A Fraternidade Missionária Cristo Jovem, em Requião, Famalicão, tornou-se assunto mediático após uma investigação ter sido aberta por suspeitas de escravidão. As vítimas são três noviças.

Três freiras fundadoras da instituição e o padrão que atualmente a dirige foram constituídos arguidos, tendo ficado com termo de identidade e residência.

Ao Jornal de Notícias, Helena Costa, de 43 anos, revelou como ela própria testemunhou há 25 anos episódios de violência e sentiu os abusos na pele na Fraternidade de Famalicão que tem estado no centro desta polémica. As notícias recentes recordaram-lhe o passado de onde em tempos fugiu.

Embora nunca tenha visto chicotes no convento nem o padre lhe tenha batido, Helena diz que tem conhecimento de que tal conhecia.

“Íamos fazer as coisas cheias de medo. Havia uns recipientes para pôr o óleo para as vela e se caísse uma pinga de óleo na toalha era um circo. Às vezes eu omitia e era aí que apanhava um, dois ou três estalos”, recorda ao Jornal de Notícias.

Helena recorda que foi bem recebido ao início mas que, mesmo assim, reparou em “coisas estranhas”, como a regra tácita que existia: “se partisse uma tigela, tinha de contar a todas as freiras”.

Na perspetiva de Amélia, que ali entrou com cerca de 18 anos, há “fanatismo” entre alguns elementos do convento. “Elas acreditam que que têm de levar à letra o que leem”, diz. “Acham que Deus quer que as pessoas sofram”.

Entre o que viveu até ter fugido, certa noite, saindo às escondidas do quarto para onde tinha sido enviada, Helena recorda as agressões à irmã Maria Amélia (por esta ter tentado fugir), que anos depois acabaria por ser encontrada morta num tanque da instituição, em Requião – suspeitando-se que terá sido suicídio.

A própria Helena recorda a vez em que fez “qualquer coisa mal e estava a mangueira da rega ali. Levei com ela três ou quatro vezes”.

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