Os utentes dos lares Paula Borba e Acácio Barradas, em Setúbal, tiveram um prato de sopa e uma sandes para jantar, por volta das 18 horas, pelo menos entre 2012 e 2013, denunciou o antigo responsável pela área da alimentação na Santa Casa da Misericórdia de Setúbal.
António Gomes trabalhava na Ser Union, a empresa responsável pelas refeições da instituição, e revoltou-se com a situação. “Em 2012, a Santa Casa da Misericórdia pediu para diminuir os custos que tinha com a empresa e apresentou como proposta a preparação de menos refeições, no período de jantar, nos lares Paula Borges e Acácio Barradas”, relembra ao Jornal de Notícias.
Assim, António Gomes explica que a proposta “passou por acabar com as refeições completas à hora de janta, servindo apenas uma sopa e uma sandes”. Com este sistema, a Santa Casa da Misericórdia conseguiu passar “dos 35 mil euros” para os “31 mil euros por mês”.
“Quando vi que a Santa Casa da Misericórdia de Setúbal apresentava como gastos de deslocações e de estadias mais 50 mil euros anuais, senti que não podia ficar calado. Afinal, essa verba daria para quase dois meses de refeições para os utentes”, desabafou.
Questionado pelo jornal diário, o provedor Cardoso Ferreira não confirma a denúncia e frisa que “estas situações devem ser discutidas em Assembleia-Geral da Santa Casa”.