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Os milhões que Sócrates deve ao Fisco e as férias suspeitas

Informação consta de um relatório da autoria de Paulo Silva, coordenador da equipa da Autoridade Tributária que está envolvida na investigação da Operação Marquês.

Os milhões que Sócrates deve ao Fisco e as férias suspeitas
Notícias ao Minuto

08:30 - 20/11/15 por Notícias Ao Minuto

País Operação Marquês

José Sócrates deverá 19 milhões de euros em impostos. A conclusão é de Paulo Silva que, num relatório de 900 páginas entregue um dia antes da detenção do ex-primeiro-ministro, explica o que o leva a acreditar na existência desta dívida.

De acordo com o Diário de Notícias, o inspetor de Braga acredita que José Sócrates é o verdadeiro “beneficiário final” dos 23 milhões de euros que estavam em contas de Carlos Santos Silva na Suíça. Recorde-se que este valor foi transferido para contas do Banco Espírito Santos, em Portugal, ao abrigo de dois regimes excecionais de regularização tributária aplicados durante a legislatura de José Sócrates.

Na base desta suspeita está a “tributação presuntiva de rendimento” que, por outras palavras, passa pela exibição, por parte de um contribuinte, de um estilo de vida que não é compatível com os rendimentos declarados ao Fisco.

Mas não só. As entregas de dinheiro de Carlos Santos Silva a José Sócrates e a compra de um apartamento em Paris pelo primeiro arguido que só foi utilizado pelo ex-primeiro-ministro também deixaram o Fisco em alerta.

Concluindo, escreve o Diário de Notícias, “os rendimentos em investigação nunca foram objeto de declaração fiscal pelo suspeito José Pinto de Sousa que, nos últimos anos, apenas manifestou rendimentos relativos às atividades públicas”.

As férias de José Sócrates, ainda primeiro-ministro, eram pagas pelo melhor amigo

Ao que o semanário SOL apurou, nem quando era primeiro-ministro José Sócrates pagaria as suas férias.

Indica o semanário que as férias de 2008 e 2009, bem como viagens de passagens de ano, terão sido pagas com dinheiro saído de contas de Carlos Santos Silva. A funcionária da agência de viagens Top Atlântico contou ao procurador Rosário Teixeira que as faturas das viagens eram feitas, em primeiro lugar, em nome de José Sócrates. Mas depois eram anuladas – um processo a que a agência chamava de devolução – e eram emitidas novas faturas com os mesmos serviços, mas desta feita em nome de Carlos Santos Silva.

Quem corroborou a existência deste esquema foi a ex-secretária de José Sócrates em São Bento. Segundo Rute Martins, as faturas que chegavam ao gabinete em nome do então primeiro-ministro seriam enviadas para Carlos Santos Silva que, por sua vez, enviava para o gabinete os cheques necessários para que se fizesse o pagamento das viagens.

Este é mais um pormenor que leva as autoridades a acreditarem que o dinheiro existente em contas bancárias com o nome de Carlos Santos Silva pertencia na verdade a José Sócrates, que é suspeito dos crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

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