"Neste momento, já preocupa os inspetores o estado em que está a ficar a ASAE sem meios técnicos e humanos", disse à agência Lusa o presidente da ASF-ASAE, Albuquerque do Amaral.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) comemora dez anos de existência e, para assinalar a data, a ASF-ASAE realiza, na terça-feira, uma greve de 24 horas e uma concentração no Porto, para protestar contra as condições de trabalho e exigir um estatuto profissional.
Albuquerque do Amaral adiantou que a ASAE "não tem um corpo inspetivo suficiente para fazer face às necessidades do país", além de já não ter inspetores especializados na área alimentar, contrafação, qualidade de produtos e direitos de autor.
"Um inspetor que trabalhou toda a vida na parte alimentar, já não faz só a parte alimentar, de repente está a fazer um direito de autor, uma contrafação, está a fazer outra coisa qualquer", afirmou.
Segundo o sindicato, a ASAE tem atualmente 230 inspetores para todo o país, tendo perdido 41 nos últimos quatro anos, significando menos 20 brigadas.
Esta diminuição de meios humanos, sustentou o presidente ASF-ASAE, faz com que muitos agentes económicos deixem de ser fiscalizados.
O mesmo responsável disse também que está a decorrer um concurso para admissão de 22 inspetores, mas o processo está com problemas, existindo impugnações, o que está a impossibilitar o início do curso.
Quanto aos meios técnicos, Albuquerque do Amaral apontou uma frota automóvel degradada e falta de computadores e impressoras.
"Não há computadores para todos os funcionários. Há inspetores a trabalhar com químico e tem de utilizá-lo nos processos em que tem de se dar um duplicado ao arguido ou à pessoa que é inspecionada", afirmou.
O presidente da ASF-ASAE adiantou ainda que esta situação é do conhecimento da tutela e do inspetor-geral, estando relatada nos documentos internos.