Segundo dados a que a agência Lusa teve hoje acesso, a área fiscalizada em 93 freguesias de 11 concelhos dos dois distritos, entre 2013 e 30 de junho de 2015, foi de 461 mil hectares, tendo sido detetadas cerca de 24.500 infrações.

"O produto virtual das coimas, se aplicadas na primeira fiscalização e com a identificação de todos os proprietários", é de 3,4 milhões de euros, referem os mesmos dados.

A mesma informação do GIPS de Alcaria, que tem operacionalizado na região de Leiria o diploma de Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios que atribui à GNR "a coordenação das ações de prevenção relativas à vertente da vigilância, deteção e fiscalização", dá conta de que neste período foram levantados 165 autos de contraordenação por falta de limpeza dos terrenos.

O trabalho do GIPS "permitiu reduzir o número de ignições em 70,47%, a área ardida em 94,26%, o número de infrações em 65,26% e potenciar o cumprimento voluntário em 75,43% nos concelhos onde foi implementado".

A intervenção deste grupo começou em 2013 nos concelhos de Porto de Mós, distrito de Leiria, e Alcanena, Santarém, estendendo-se em 2014 aos municípios de Leiria, Batalha, Alcobaça, Nazaré e Caldas da Rainha.

Já este ano chegou a Bombarral, Óbidos e Peniche, no distrito de Leiria, e a Ourém, Santarém.

No total, o grupo sediado em Alcaria, atualmente com 17 elementos, contabiliza 524 dias de operação, com 71.744 quilómetros percorridos.

O trabalho realizado pelo GIPS consta num livro hoje lançado, na Batalha, distrito de Leiria, intitulado "Relatório: Essencial dos Resultados dos últimos anos: 2013-2015 GNR -- GIPS -- BRESALCARIA", da autoria de Mário Pereira Januário.

Na sessão de apresentação, onde esteve o comandante-geral da GNR, o presidente da Câmara da Batalha, Paulo Batista Santos, elogiou o trabalho dos militares da base de Alcaria, considerando que "fizeram a diferença" e destacou os resultados "inequívocos" na defesa da floresta.

Já o presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, Raul Castro, salientou o trabalho de interação entre a GNR e as autarquias.

Raul Castro, também presidente da Câmara de Leiria, exemplificou que neste concelho dos 170 mil prédios rústicos fiscalizados foram detetadas 3.300 infrações, que reduziram "para cerca de 800" este ano.

"Hoje temos menos área ardida", disse o autarca, manifestando o desejo de que o plano de fiscalização e sensibilização dos proprietários dos terrenos fosse alargado aos dez concelhos da comunidade intermunicipal, assim como ao país, acreditando que, dessa forma, se evitariam perdas humanas e a destruição de bens.

Perante a diretora-geral da Autoridade Tributária, Raul Castro expressou ainda a vontade de uma "melhor colaboração" com esta entidade no sentido de identificar os proprietários para que as contraordenações tenham destinatário.