Autarca de Lisboa acusado de assédio sexual a funcionária
O caso está a tornar-se polémico e a vítima já prestou declarações na Divisão de Investigação Criminal da PSP.
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País Benfica
António Cardoso, presidente da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, em Lisboa, está a ser acusado de assédio sexual a uma funcionária da autarquia, Marta (nome fictício), que explicou ao jornal Público tudo o que se passou até se despedir. Contactado pelo mesmo órgão de comunicação, o autarca refutou as acusações.
A queixosa revela que tudo aconteceu durante alguns meses de 2014 e 2015, quando o autarca, alegadamente, teve comportamentos e conversas impróprias para com a funcionária, chegando mesmo a agarrá-la e a beijá-la.
A funcionária, com cerca de 20 anos, relembra o primeiro episódio estranho, pouco tempo depois de começar a trabalhar na junta, e testemunhado por uma das colegas de trabalho. António Cardoso afirmou que tinha visto fotos suas no Facebook em biquíni e que tinha gostado. “Depois começou a perguntar se eu tinha namorado, se vivia com ele, se tinha sexo”, conta.
Marta acreditou que aquela situação fosse “uma situação pontual” mas mais tarde tudo voltou a acontecer. “Quando me via, desapertava-me o casaco e dizia que não me queria ver tão tapada. Encostava-se a mim e dizia que queria sentir o meu calor. Tocava-me no corpo e encostava-me contra a ele”, relembra Marta, revelando ainda que foram tidas “conversas porcas”.
Num dia em que Marta surgiu com um herpes labial, a funcionária afirma que António Cardoso lhe perguntou o que tinha feito. “Não me diga que uma rapariga da sua idade não faz nada com a boca”, perguntando também se não fazia nada com as mãos.
Algumas colegas aperceberam-se da situação, começaram a estar mais atentas e chegaram mesmo a avisar um psicólogo da junta. “Assisti a episódios do presidente a ser inconveniente com a Marta, a abraçá-la, a fazer-lhe festinhas nas costas, a dar-lhe beijinhos, a apertá-la”, relembra uma colega.
Em declarações escritas enviadas ao jornal Público, António Cardoso não confirmou a situação. “Quero refutar e repudiar, clara e inequivocamente, as imputações de assédio de qualquer espécie ou de comportamento equivalente”, escreve. “Quem me conhece e quem comigo trabalha sabe bem o caráter fantasioso de tais imputações”, acrescenta.
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