Estas foram razões apontadas à Lusa por turistas nacionais que optaram por passar férias em Islantilla, zona balnear localizada no município de Lepe, na província andaluz de Huelva, a cerca de 30 quilómetros do Algarve, e para justificar a opção por Espanha para descansar uns dias no verão.

Quer seja hotéis ou habitação própria, em casal ou família, todos coincidiram na opinião que em Espanha há condições mais vantajosas do que em Portugal, embora haja quem escolha também este destino pela proximidade com o Algarve, como João Louceiro, de Coimbra.

João Louceiro considerou que, no sul de Espanha, "o serviço é bom", há "uma boa relação preço/qualidade", mas disse que, quando terminar as férias na unidade hoteleira onde está hospedado, rumará ao outro lado da fronteira para passar uns dias também no Algarve.

Questionado sobre se os preços eram mais baratos do que em Portugal, respondeu que, na modalidade de "tudo incluído", os hotéis espanhóis oferecem melhores condições, embora essa não fosse a sua opção nestas férias.

"Nós não estamos nessa situação de 'tudo incluído'. Temos só meia pensão, que é pequeno-almoço e jantar, e depois fazemos a refeição da hora do almoço onde nos apetece. Mas eles, de facto, nessa área do 'tudo incluído' são muito competitivos. No Algarve não há essa tradição, mas eles aqui e noutras zonas de Espanha têm muito esse aspeto do 'tudo incluído' e isso também, reconheço, atrai muitas pessoas", acrescentou.

Manuel Manso, residente na Sobreda (Almada, Setúbal), foi outro dos portugueses com quem a Lusa falou, e que considerou que tudo em Espanha "é melhor em termos de férias", apontando, entre outros fatores, as diferenças de preços que existem.

"Em primeiro lugar, pela temperatura da água, pelas condições que têm aqui nesta zona, pelo acolhimento, pelo serviço que é prestado e também pelos preços, que aqui [em Espanha] efetivamente são inferiores aos do Algarve, e estamos a cerca de 10 minutos de Portugal", matizou, adiantando que nesse dia iria também atravessar a fronteira.

Com casa em Islantilla, não gasta dinheiro em alojamento, mas sublinhou que "realmente o preço da comida, da alimentação, é muito inferior", o que torna o sul de Espanha mais competitivo na restauração.

"Aqui permite fazer as refeições fora com custos inferiores aos de Portugal, porque aqui o IVA da restauração é 10% e em Portugal é 23%. Só aí vai uma diferença substancial. E no período de férias é agradável comer fora sempre", observou.

Josefa Martins, Lisboa, destacou o facto de que "a gastronomia é diferente", permite fazer uma alimentação "que não se faz em Portugal" e destacou os "variadíssimos espaços para visitar" e as "praias longas" da costa espanhola próxima da fronteira.

"Agora há muita gente, mas mesmo assim, comparando logo aqui com Monte Gordo, aqui é um bocadinho melhor", considerou.