Vítor Ramalho lamenta morte de "personalidade ímpar e excecional"
O ex-presidente da Cruz Vermelha Vítor Ramalho destacou Maria Barroso, que morreu hoje aos 90 anos, como uma "personalidade ímpar, excecional, da cultura, da pedagogia, da solidariedade e da fé".
© Global Imagens
País Maria Barroso
Maria Barroso, mulher do ex-Presidente da República Mário Soares, morreu hoje às 05:20, aos 90 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internada, em estado grave, desde 26 de junho, devido a um traumatismo intracraniano, disse fonte do hospital.
Em declarações à agência Lusa, Vítor Ramalho, seu amigo pessoal, enalteceu o trabalho de Maria Barroso do ponto de vista político, humanitário e cultural.
"Maria Barroso era uma personalidade impar, da cultura da pedagogia da direção, da solidariedade e da fé. Ela vai marcar como exemplo este período tão perturbado dos povos e dos países, tão ausente de valores e princípios", referiu o antigo secretário de Estado.
Vítor Ramalho, que foi membro do conselho de administração da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) quando Maria Barroso estava na presidência da institução e mais tarde vice-presidente da associação Pro Dignitate, sublinhou à Lusa "ter tido o privilégio de a conhecer e trabalhar com ela".
"Ela foi uma pessoa verdadeiramente excecional e marcou a vida com atos que dão bem conta da determinação e solidariedade perante os outros e perante os povos que se exprimem em português", declarou.
Vítor Ramalho lembrou também o "percurso marcante" de Maria Barroso na área do teatro e da poesia, nomeadamente o seu papel importante na divulgação em bairros pobres e carenciados.
"Quero lembrar também que, do ponto de vista político, Maria Barroso foi uma mulher que nasceu sob a marca da liberdade. Primeiro com o pai e depois com Mário Soares, seu companheiro durante 67 anos", salientou.
O ex-presidente da Cruz Vermelha Portuguesa lembrou ainda que Maria Barroso foi deputada interventiva e dirigente do Colégio Moderno, por onde passaram gerações de jovens marcados pela sua pedagogia e defesa "intrépida de valores e princípios".
Maria Barroso estava internada desde 26 de junho devido a uma queda, foi-lhe depois diagnosticado um derrame intracraniano e entrou em coma no mesmo dia.
Casou com Mário Soares em 1949, de quem tem dois filhos, João e Isabel.
Foi atriz e uma das fundadoras, em 1973, do Partido Socialista, liderado por Mário Soares.
Um dos seus últimos cargos públicos foi a presidência da Cruz Vermelha Portuguesa, tendo também dirigido a associação Pro Dignitate, que ajudou a fundar.
Diplomou-se em Arte Dramática na escola de Teatro do Conservatório Nacional e licenciou-se depois em Ciências Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras de Lisboa, onde conheceu Soares.
O corpo de Maria Barroso Soares estará em câmara ardente no Colégio Moderno, em Lisboa, a partir das 18:00 de hoje, realizando-se o funeral na quarta-feira para o Cemitério dos Prazeres, anunciou a família.
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