Suspeito jihadista detido no aeroporto de Lisboa acusado de terrorismo
Encontra-se em prisão preventiva há um ano. O Ministério Público acredita que o holandês estaria a planear um atentado no aeroporto de Lisboa.
© Reuters
País Ministério Público
Um holandês de origem angolana está em prisão preventiva há um ano. Sabe agora o Expresso que o Ministério Público acredita que Gima Her Calunga detido no aeroporto da Portela, em Lisboa, ia realizar um atentado.
Com 29 anos e de passaporte holandês, foi detetado a 3 de julho de 2014 pela segurança ANA na pista da Portela, junto a um avião da TAAG, com uma faca de 21 centímetros.
Foi detido antes de o avião levantar voo e encontra-se na cadeia de Monsanto. O homem é agora acusado de pertencer a organizações terroristas e terrorismo internacional, bem como aos crimes de atentado à segurança de transporte por ar com vista ao terrorismo, posse de arma branca e introdução em lugar vedado ao público.
Gima terá mesmo confessado que esteve duas semanas na Síria em campos de treino da Al-Qaeda e do Estado Islâmico em 2014.
“O arguido agiu isoladamente e o seu modus operandi encaixa-se no perfil designado como ‘lobo solitário’, encarregue de executar sozinho uma determinada missão designada pelo grupo”, lê-se num documento a que o Expresso teve acesso.
Contudo, o advogado do cidadão holandês, considera que “o processo mostra que o arguido esteve duas semanas na Síria, mas com certeza jurídica não mostra mais do que isso, e esse facto por si só, não constitui crime”.
“A acusação por terrorismo internacional e atentado à segurança deriva das suposições do Ministério Público e não dos factos constantes do processo. Por isso, vou levar a acusação ao Juiz de Instrução para que este pronuncie o arguido apenas por aquilo que o processo demonstra que ele fez: ter entrado ilicitamente no aeroporto com uma faca de cozinha”, termina.
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