"Sócrates foi coerente com os seus argumentos"
José Sócrates continuará em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Évora, após ter recusado a pulseira eletrónica que lhe permitiria voltar a casa, em prisão preventiva.
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País Santos Silva
Para Augusto Santos Silva, o antigo governante "recusou a pulseira eletrónica, que era a única decisão que dependia do consentimento dele", uma posição de José Sócrates que "foi coerente com os seus argumentos".
A opinião foi proferida na antena da TVI 24 esta terça-feira, com Augusto Santos Silva a considerar que a recusa de Sócrates em usar pulseira eletrónica "não constituiu uma surpresa, embora não deixe de me impressionar porque [a decisão] implica não só muita segurança em si próprio mas também muita coragem e dignidade", afirmou.
O antigo ministro socialista considera ainda que os crimes de que Sócrates é acusado "são gravíssimos". Porém, "há seis meses que [Sócrates] se encontra nessa circunstância sem conhecer a acusação", critica.
Augusto Santos Silva realçou ainda que o caso, que envolve um primeiro-ministro que está indiciado de crimes que terá cometido durante o período em que esteve no poder, "é um caso político", que interessa também a toda "a comunidade política", daí que devesse implicar particular cuidado por parte das instâncias responsáveis pela investigação.
O ex-ministro considera ainda que há falhas a apontar à condução do caso, realçando que há críticas por parte dos advogados do antigo primeiro-ministro, advogados esses "que nunca vi desmentidos" nas suas críticas, realçou.
Augusto Santos Silva diz ainda que, sem conhecer o processo, tanto em termos de acusação como de defesa, "não é possível produzir opinião fundada em outra coisa que não seja preconceito". Dado o impacto mediático e social do caso, esta é uma situação que descreve como uma "suspensão" que "não é saudável" para o sistema político mas também judicial.
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