No dia em que se assinala o Dia da Criança, Miguel Sousa Tavares defendeu que a crise não explica tudo no que à baixa taxa de natalidade em Portugal diz respeito.
O comentador lembrou que um estudo internacional aponta Portugal como o 17º melhor país do mundo para se ser pai e mãe e, por isso, a explicação da crise não justifica, por si só, o que se passa no país.
“É evidente que há coisas que o Estado devia fazer, como a rede de creches que devia ser praticamente universal e que devia ser pública, mas nem tudo cabe ao Estado”, começou por dizer.
Na opinião do jornalista es ecritor, o “resto está na mentalidade das pessoas e ela terá que mudar sob pena de daqui a 45 anos termos menos dois milhões de portugueses, que é menos de um quinto da população portuguesa”.
Assim, Sousa Tavares defendeu que “no futuro, as reformas deviam ser pagas em função de vários fatores que já existem agora, mas também em função do número de filhos, porque esses é que vão contribuir para as pensões no futuro”.
Outro tema abordado no comentário semanal do escritor foi a “mudança do clima” nas relações governamentais entre o Continente e a região da Madeira.
“Com Miguel Albuquerque o clima mudou. Já se deu o passo em frente”, começou por dizer, alertando para a necessidade de “os voos subsidiados” entre o Continente e a Madeira estarem previstos no caderno de encargos da privatização da TAP.
Sousa Tavares deu “razão” à Madeira no que concerne à reivindicação referente aos “custos dos juros da dívida para com o Continente que andam à volta de 4% e são mais do que os custos da dívida portuguesa”.
“Não podemos fazer à dívida da Madeira o que a troika fez à nossa dívida”, concluiu.
