Sindicato promove hoje greve dos professores de português
O Sindicato dos Professores das Comunidades Lusíadas (SPCL) convocou para hoje uma greve dos professores do Ensino do Português no Estrangeiro (EPE) colocados na Europa.
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País Educação
"A greve acontece no dia dos exames do instituto Camões, mas não prejudicará os alunos, pois os referidos exames são voluntários e os seus resultados não têm qualquer influência no percurso escolar dos alunos nos vários países de acolhimento", disse à Lusa Teresa Duarte Soares, secretária-geral do SPCL.
O sindicato enviou no dia 11 de maio às autoridades portuguesas o pré-aviso de greve dos professores do EPE na Europa.
"Na Suíça, a adesão vai ser muito forte, são mais de 30 professores que irão fazer greve, pois esta prova acontece só em maio no país e todos os docentes foram convocados para vigiarem os alunos durante as provas", sublinhou.
Segundo Teresa Duarte Soares, "nos demais países da Europa a adesão será menor, pois estes exames são realizados agora em maio e em junho. Para sábado, há poucos alunos para os testes, assim foram convocados menos professores e os que não foram convocados não farão greve".
A sindicalista alertou que a situação dos professores do EPE na Suíça é uma das mais complicadas.
O Banco Nacional Suíço (BNS) decidiu em janeiro abolir a taxa de câmbio mínima do franco suíço face ao euro (1,20 francos por euro), em vigor desde setembro de 2011 e eixo principal da política monetária suíça há mais de três anos, e baixou diversas taxas de juro.
Segundo os sindicatos, os professores do EPE estão a passar grandes dificuldades na Suíça devido a esta medida, já que as perdas salariais devido ao câmbio entre euro e franco suíço chegam até aos 20%.
O Conselho de Ministros aprovou na quinta-feira um mecanismo extraordinário de correção cambial às remunerações e abonos dos trabalhadores das diferentes carreiras do Ministério dos Negócios Estrangeiros em funções nos serviços periféricos externos, e aos coordenadores, adjuntos de coordenação e docentes integrados na rede do EPE.
Esta decisão, segundo o Governo, teve como objetivo corrigir os efeitos conjunturais da desvalorização do euro, que tem provocado um forte impacto negativo nas remunerações e abonos daqueles trabalhadores.
"Neste mecanismo, o fator de correção é absolutamente insuficiente para o caso da Suíça e também muito pouco para o Reino Unido", indicou Teresa Duarte Soares.
"Para a Suíça, é totalmente insuficiente. O mínimo teria de ser 15% e o que está no documento aprovado pelo Conselho de Ministros é 11%. Portanto, os professores que estão no limiar da pobreza, vão continuar no limiar da pobreza, o fator será muito baixo", acrescentou.
O sindicato reuniu-se com os responsáveis do instituto Camões, que tutela o EPE no âmbito do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), no dia 15 de maio, mas não houve acordo em vários temas, como a correção cambial e a alteração do regime jurídico dos professores do EPE proposta pelo governo.
A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) acordou na terça-feira com a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas uma solução para os problemas imediatos dos professores de português no estrangeiro e desconvocou a greve que também agendada para hoje.
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