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Pessoas queimadas querem estatuto de doente crónico

A Associação Amigos dos Queimados quer que as pessoas queimadas com gravidade tenham direito ao estatuto de doentes crónico, com os cirurgiões plásticos a defender que se trata de um "imperativo clínico e moral".

Pessoas queimadas querem estatuto de doente crónico
Notícias ao Minuto

13:00 - 08/05/15 por Lusa

País Saúde

Este é o objetivo principal do IX Congresso Nacional dos Queimados, que decorre na próxima semana em Troia.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica, Celso Cruzeiro, frisou que o doente queimado grave fica com sequelas permanentes e necessita de um acompanhamento para toda a vida.

O estatuto reivindicado para os queimados graves protege o doente crónico, dando-lhe isenção de taxas moderadoras e comparticipação em medicamentos.

Aliás, o médico Celso Cruzeiro lembrou que os medicamentos e cremes para os doentes queimados não têm qualquer comparticipação, apesar de serem necessários, muitas vezes, para o resto das suas vidas.

O presidente da Sociedade de Cirurgia Plástica, e também presidente da Associação Amigos dos Queimados, frisou também que as queimaduras "representam sempre um traumatismo muito grave do ponto de vista psicológico".

"Uma queimadura na face pode, por vezes, não ser muito grava do ponto de vista do risco de vida, mas é necessariamente uma queimadura grave do ponto de vista social e psicológico", declarou.

Como o argumento para a causa da atribuição do estatuto de doente crónico, Celso Cruzeiro defende que muitos dos doentes queimados pertencem a classes sociais desfavorecidas, dado que são pessoas que se queimam em casa por falta de condições de habitabilidade e aquecimento.

A estes casos juntam-se os dos acidentes de trabalho ou domésticos. Em casa, as queimaduras atingem sobretudo crianças e idosos.

"Ainda nos chegam muitos casos de crianças queimadas com água do banho. E também as cozinhas continuam a ser lugares com vários acidentes com crianças", referiu Celso Cruzeiro.

No total, o médico refere que há mais de mil internamentos por ano nas unidades de queimados dos hospitais portugueses, estimando que no total se registem cerca de dois mil casos.

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