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Pescadores querem alterar dragagens da Lagoa de Óbidos

Cerca de meia centena de pescadores e mariscadores reivindicaram hoje de manhã na Foz do Arelho uma alteração nas dragagens para antecipar a entrada de água do mar na Lagoa de Óbidos e evitar a morte de peixes.

Pescadores querem alterar dragagens da Lagoa de Óbidos
Notícias ao Minuto

12:52 - 06/05/15 por Lusa

País Reivindicação

O plano de dragagens, adjudicado pela Agência Portuguesa de Ambiente (APA), assenta na dragagem de 650 mil metros cúbicos de areia para abertura e aprofundamento dos canais da zona inferior da Lagoa de Óbidos.

As dragagens deveriam iniciar-se na quinta-feira, começando com a retirada de areia no canal norte, com uma extensão de 2,5 quilómetros, seguindo-se o canal sul, com 1,8 quilómetros, e finalmente dois canais transversais de 650 e 350 metros.

O plano de trabalhos foi aprovado pelos pescadores e mariscadores mas, a morosidade no início das dragagens leva-os a apelaram agora à APA "que inicie a dragagem no canal sul, ao invés de no canal norte, porque está em risco um desastre ecológico se a lagoa não for oxigenada rapidamente", explicou à agência Lusa António José Clemente, presidente da Assembleia Geral da Associação de Pescadores e Mariscadores.

Em causa está o fecho da aberta [canal que liga a lagoa de Óbidos ao mar], que já se verificou por duas vezes desde o mês de março, e que as duas câmaras ribeirinhas [de Óbidos e das Caldas da Rainha, distrito de Leiria] tentaram resolver reabrindo o canal com recurso a máquinas.

Apesar destas intervenções, "a água salgada que entra na lagoa é muito pouca", gerando uma oxigenação insuficiente para as sobrevivências das espécies, o que, a juntar "ao tempo quente que aumenta o crescimento de algas" tem provocado, segundo os pescadores, "problemas com o marisco e o peixe, sobretudo as enguias, que começam a morrer".

Convictos de que "se a lagoa não tiver água do mar até ao final da semana está em risco a sobrevivência de muitas famílias", os pescadores e mariscadores concentraram-se hoje na Foz do Arelho, onde se encontram as dragas, para exigir que "seja alterado ou plano de dragagens ou, no mínimo, que seja aberto um canal, porque se a obra começar no canal norte, quando chegar à embocadura da aberta, não haverá peixe vivo".

Em resposta ao apelo dos pescadores, as quatro juntas de freguesia que confinam com a lagoa (Foz do Arelho e Nadadouro, no concelho das Caldas da Rainha, e Vau e Santa Maria, no concelho de Óbidos) acederam a participar numa reunião agendada para as 16:00 de hoje, onde irá ser tomada uma posição para reivindicar, junto da APA, uma solução para o problema.

A Lagoa de Óbidos é o sistema lagunar costeiro mais extenso da costa portuguesa, com uma área total aproximada de 6,9 km2, onde recorrentemente é necessário intervir para evitar o assoreamento.

Da lagoa vivem mais de uma centena de pescadores e mariscadores dos dois concelhos, 120 dos quais integram a Associação de Pescadores e Mariscadores da Lagoa de Óbidos.

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