"Tripulante não tem a função de substituir piloto"
A Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) esclareceu hoje que a obrigação de manter um tripulante no cockpit, sempre que um dos dois pilotos se ausenta, não tem a função de substituir quem vai aos comandos do voo.
© Reuters
País ANAC
Em comunicado, numa reação à posição assumida na segunda-feira pela Associação Portuguesa dos Pilotos de Linha Aérea, a ANAC afirma que "o tripulante, designado pelo piloto comandante para estar presente no cockpit quando este se ausenta, não tem a função de o substituir ou a qualquer elemento da tripulação técnica, nem tal seria possível".
"Pretende-se apenas uma presença de auxílio pessoal e não técnico para qualquer situação de emergência que ocorra no curto espaço de tempo em que um dos tripulantes técnicos se ausenta", acrescenta a entidade reguladora do setor de transporte aéreo.
Em entrevista à TSF, o presidente da APPLA, Miguel Silveira, afirmou na segunda-feira que os tripulantes "nem sempre estão preparados para estarem no cockpit", referindo-se às medidas de segurança instituídas pela ANAC na sequência do acidente com o avião da Germanwings.
De acordo com o mesmo responsável, a solução mais acertada seria encontrar uma tecnologia que permita abrir a porta pelo exterior, em algumas situações.
Quanto à ANAC, indica também que ouviu "todas as partes interessadas" antes da introdução das novas regras, incluindo a APPLA, tal como o sindicato dos pilotos, e os diretores de voo de todas as companhias aéreas com aeronaves que têm portas blindadas, "as quais confirmaram já ser esta uma medida preventiva adotada nos respetivos manuais e implementada na prática por algumas das operadoras".
A autoridade de aviação civil afirma ainda que em matéria de segurança, "está sempre disponível para reanalisar estas e outras medidas", desde que as alterações sejam aceites a nível europeu e internacional como medidas de mitigação de risco. "Esta foi a mensagem que foi transmitida nas reuniões realizadas", sustenta.
O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, anunciou no dia 27 de março que as companhias aéreas passavam a estar obrigadas a ter em permanência dois elementos da tripulação no cockpit da aeronave.
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