"Só falta o Afonso contar a verdade"
18 anos depois do desaparecimento de Rui Pedro, o pai, Manuel Mendonça, já não acredita que o filho esteja vivo.
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País Casos
Passaram 18 anos desde o desaparecimento de Rui Pedro. Afonso Dias, considerado desde o início o principal suspeito, entregou-se na cadeia de Guimarães no mês passado. Foi condenado a uma pena de três anos de prisão por rapto. Apesar de a história de Rui Pedro ter chegado, judicialmente, ao fim fica por saber o que aconteceu ao rapaz de 11 anos, que a estar vivo terá agora 28 anos. O jornal i entrevistou o pai de Rui Pedro, Manuel Mendonça, que volta a pedir a Afonso Dias que diga o que aconteceu na tarde do seu desaparecimento.
Quando questionado sobre a primeira intuição que teve há 18 anos, Manuel Mendonça afirma: “Sempre achei que devia ter acontecido um acidente com o Afonso”. “Não digo que ele cometeu um crime ou que fez de propósito. O que eu digo é que ele ocultou, escondeu o que aconteceu”. "É isso que eu condeno, porque um azar pode acontecer a qualquer pessoa.” “Ele saber, durante 18 anos, que pode aliviar a nossa dor... e não o fazer... isso, eu não posso compreender.”
Apesar das teorias sobre a possibilidade de Rui Pedro ter sido inserido numa rede de pedofilia, Manuel Mendonça, pensa que pode ter acontecido algo diferente: “Naquele dia, quando eles foram às prostitutas, o Pedro enervou-se, teve um ataque epilético e o Afonso não soube lidar com aquilo e fê-lo desaparecer.” É essa a ideia que tem e que coincide com a teoria da PJ também, como afirma.
Manuel Mendonça acusa a justiça de não ter funcionado e de não ter dado o seguimento correto ao caso de Rui Pedro. “A primeira equipa da PJ andou a brincar com o caso três ou quatro anos, achavam que o Pedro ia voltar.” “Mais uma vez o sistema não funcionou e permitiu que ele (Afonso) escolhesse a cadeia.”
O pai de Rui Pedro sublinha também que Afonso escolheu “o melhor hotel possível”. Considera que a cadeia de Guimarães é “uma casa familiar” e que Afonso “vai lá estar um ano ou um ano e meio e não vai acontecer nada”, acreditando que se fosse enviado para “uma cadeia maior, com indivíduos mais perigosos” a pressão o fizesse falar.
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