O Ministério Público está a investigar telefonemas e mensagens escritas trocadas entre a ex-secretária-geral da Justiça, Maria Antónia Anes, e António Figueiredo, ex-presidente do Instituto dos Registos e Notariado (IRN).
O conteúdo das mensagens trocadas indiciam um acordo de troca de favores entre dois altos quadros, suspeitos de manipularam concursos da CRESAP – entidade que seleciona e recruta candidatos para cargos de direção superior na Administração Pública.
Segundo o acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, a que o i teve acesso, António Figueiredo e Maria Antónia Anes terão violado as regras do concurso em que o primeiro era candidato a presidente da IRN e de outro em que colegas seus concorriam ao cargo de vice-presidente daquele instituto.
A ex-secretária-geral da Justiça forneceu informações sigilosas a António Figueiredo que o favoreceram no concurso e ambos pediram um ao outro que exercessem a sua influência para favorecer determinados candidatos a cargos de na Administração Pública.
Maria Antónia Anes chegou a pedir ao ex-presidente do IRN que pedisse ao então ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que ajudasse o “amigo” Humberto Meirinhos a chegar a secretário-geral do MAI.
Detidos no caso Vistos Gold, António Figueiredo está em prisão preventiva e Maria Antónia Anes em prisão domiciliária.