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"Prémio Bial distingue o investigador, não o ex-presidente da FCT"

O presidente da Fundação Bial, Luís Portela, disse hoje à Lusa que o vencedor do Grande Premio Bial 2014 distingue o investigador Miguel Seabra, pelo trabalho de 20 anos, e não o ex-presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

"Prémio Bial distingue o investigador, não o ex-presidente da FCT"
Notícias ao Minuto

07:39 - 08/04/15 por Lusa

País Luís Portela

Miguel Seabra é médico e cientista e, desde janeiro de 2012, esteve à frente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), a principal entidade financiadora do sistema científico português, cargo de que se demitiu na terça-feira, já depois de escolhido como vencedor do galardão. Venceu o Grande Prémio Bial de Medicina 2014, no valor de 200 mil euros.

Enquanto gestor da FCT, Miguel Seabra, foi muito criticado pela comunidade científica devido aos cortes nas bolsas individuais de doutoramento e pós-doutoramento e à avaliação às unidades (laboratórios) de investigação.

Em declarações à Lusa, o presidente da Bial salientou que "por um lado está o valor científico de um trabalho de 20 anos, e por outro está a avaliação que algumas pessoas fazem do trabalho de gestão destes últimos anos, mas são coisas diferentes".

"O júri separou completamente as coisas e eu acho muito bem", afirmou.

Luís Portela lembrou que o júri é "completamente independente", sendo constituído por representantes dos conselhos científicos das diferentes escolas médicas do país, coordenados por "um grande nome da ciência portuguesa", convidado pela fundação.

Este ano, a coordenação do júri foi atribuída a Catarina Resende Oliveira que, "embora seja uma pessoa discreta, é de grande nível no contexto científico internacional. Coordenou o júri onde estavam pessoas de grande qualidade. São pessoas indicadas pelos conselhos científicos das diferentes faculdades de medicina, são pessoas que não tem nada a ver com a fundação, nem com os laboratórios Bial", afirmou.

"O júri sempre funcionou com enorme independência, o que também marca o prémio, porque as pessoas vão reconhecendo essa independência", frisou.

Catarina Resende Oliveira, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, tem realizado investigação científica focada nos mecanismos de neurodegenerescência e neuroproteção, criando a interação entre investigação fundamental e a clínica das doenças neurodegenerativas.

O Grande Prémio Bial de Medicina (200 mil euros) distinguiu a investigação "Da descoberta do gene à terapia genética em 20 anos: o caso da coroideremia uma degeneração hereditária da retina", que é o resultado da investigação a uma doença genética rara, que afeta a retina e leva à cegueira de indivíduos do sexo masculino, sendo responsável por cerca de 4% dos casos de cegueira no mundo.

Este trabalho foi desenvolvido pela equipa liderada por Miguel Seabra, composta pelas investigadoras Tatiana Tolmacheva, Sara Maia e Cristiana Pires.

Os efeitos do sal nas doenças cardiovasculares e impacto das políticas de saúde em 10 anos é o tema do Prémio BIAL de Medicina Clínica (100 mil euros), desenvolvido pela equipa liderada por Jorge Polónia, da Faculdade de Medicina do Porto.

Serão ainda entregues duas menções honrosas, no valor de 10 mil euros cada.

Os prémios são entregues hoje em Coimbra numa cerimónia que contará com o presidente da República.

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