Co-autor do relatório do FMI é activista contra austeridade
O Governo português encomendou ao Fundo Monetário Internacional (FMI) um estudo sobre a reforma do Estado Social, com vista ao corte de 4 mil milhões de euros. E o relatório, divulgado na semana passada, é feroz do ponto de vista da austeridade. Mas, curiosamente, um dos seus autores, o espanhol Carlos Mulas-Granados, é um manifesto activista contra políticas de austeridade, afirmando que a crise tem funcionado como ‘bode expiatório’ para os conservadores reduzirem o papel do Estado.
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País Estado
As recomendações que constam do relatório do FMI no que diz respeito aos cortes a levar a cabo nas funções sociais do Estado português dificilmente poderiam ser mais austeras. No entanto, um dos seus autores, o espanhol Carlos Mulas-Granados, não esconde o seu exercício activo, sobretudo na Internet, no que toca a criticar as políticas de austeridade, afirmando-se como defensor da manutenção do Estado Social, relata o Diário Económico.
“Uma redução de défice pode ser obtida através de muitas diferentes combinações de aumentos da receita e de cortes na despesa; não tem de ser exclusivamente associada a cortes dolorosos nas despesas sociais (…). Os conservadores estão a tentar usar os ajustamentos orçamentais durante o tempo de crise para reduzir o papel e o tamanho do Estado”.
Esta declaração, transcrita pelo Diário de Notícias, pertence nem mais nem menos do que a Mulas-Granados, e integra o documento ‘Acertar contas com os conservadores na disciplina orçamental’. O mesmo Mulas-Granados que co-assinou o estudo do FMI, documento que, por sinal, advoga justamente o oposto para o Estado português.
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