Lesados do papel comercial saem do Novo Banco sem propostas
Os clientes lesados no papel comercial do GES voltaram a reafirmar que não receberam formalmente qualquer proposta para resolver o problema após uma reunião com a administração do Novo Banco, embora tenham o compromisso de um "início de negociação".
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País BES
O presidente da Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC), Ricardo Ângelo, afirmou aos jornalistas no final da reunião, que durou uma hora e meia, que "não foi apresentada nenhuma proposta" e que o encontro foi "apenas um início de um processo" em que o Novo Banco "foi de uma abertura grande".
Ricardo Ângelo, que foi recebido por administradores do Novo Banco num encontro no qual o presidente, Stock da Cunha, não esteve presente, disse que a receção "foi amistosa, mais do que estava à espera", afirmando que "há uma abertura para solucionar o problema destes clientes".
A única exigência que a AIEPC fez na reunião foi celeridade por parte do Novo Banco em "assegurar alguma liquidez" aos clientes, porque "existem situações de dificuldades graves" que a associação quer "rapidamente que sejam resolvidas", adiantou Ricardo Ângelo.
Questionado sobre se houve uma inversão de discurso por parte da associação, Ricardo Ângelo negou, acrescentando que a administração do Novo Banco tinha "demasiados problemas dentro do banco para serem resolvidos mas que a questão não está de todo esquecida".
Relativamente à proposta feita por alguns clientes de transformar os créditos do papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES) em ações da futura entidade a ser constituída quando o Novo Banco for vendido, o presidente da associação de lesados disse que não era viável: "Queremos o ressarcimento das nossas poupanças no total, não queremos ações do Novo Banco. Não queremos o dinheiro dos contribuintes, queremos o nosso dinheiro".
Ricardo Ângelo acusou também o Banco de Portugal de ser o principal entrave a uma solução por parte do Novo Banco.
Segundo o presidente da AIEPC, o Novo Banco "tem tentado por todas as formas criar uma solução favorável para os clientes, mas infelizmente essas soluções têm sido canceladas" pelo Banco de Portugal.
"Parece que o Novo Banco apresenta as propostas e elas vêm para trás", concluiu.
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