No Grupo Parlamentar do PS, porém, cinco deputados demarcaram-se da orientação oficial da bancada e colocaram-se ao lado do voto do Bloco de Esquerda "em defesa da liberdade de expressão em Angola": Isabel Santos, Eduardo Cabrita, Bravo Nico, Carlos Enes e António Cardoso.
O coordenador da bancada socialista para as questões de trabalho, Nuno Sá, optou pela abstenção.
O voto do Bloco de Esquerda pretendia que a Assembleia da República manifestasse "solidariedade com o jornalista Rafael Marques pela coragem demonstrada na defesa da liberdade de expressão em Angola".
Com esta iniciativa, o Bloco de Esquerda visava também que o parlamento procedesse à "condenação da perseguição de que Rafael Marques continua a ser vítima em Angola", apelando às autoridades e instâncias judiciais angolanas "para que velem no sentido de ser anulado o julgamento".
"Rafael Marques tem sido frequentemente perseguido por responsáveis do Governo de Angola, como denunciam várias organizações internacionais como a Amnistia Internacional. O julgamento que presentemente enfrenta é apenas resultado do legítimo exercício do direito de liberdade de expressão, reconhecido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos e, inclusive, pela Constituição de Angola", refere o documento do Bloco de Esquerda.