Sócrates e o negócio milionário em direitos de TV
Ministério Público considera que o ex-primeiro ministro e empresário Carlos Santos Silva financiaram empresa que adquiriu direitos televisivos da liga espanhola. Procurador aponta dinheiro das contas de Santos Silva como pertencente a Sócrates.
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País Operação Marquês
José Sócrates e o amigo empresário Carlos Santos Silva terão estado envolvidos no financiamento de quase 2,7 milhões de euros da empresa do ex-administrador da PT, Rui Pedro Soares, a Walton Grupo Inversor, e que resultou na compra dos direitos televisivos da liga espanhola.
Este é o resultado da investigação da equipa liderada por Rosário Teixeira do Departamento Central de Investigação e Ação Penal em resposta à apresentação de recurso da defesa de Sócrates no Tribunal da Relação de Lisboa ao qual o jornal i. Sobre o negócio de 2,7 milhões de euros, o Ministério Público concluiu ainda que José Sócrates e Carlos Santos Silva viram os seus “ganhos diminuídos por via da ação da Autoridade Tributária, que acabou por tributar as mais-valias geradas”.
Rosário Teixeira considera mesmo que o facto de o dinheiro provir de uma conta de Carlos Santos Silva não quer dizer que este seja o seu proprietário, uma vez que era o ex-primeiro ministro a fazer uso deste montante. Já a defesa recusa esta acusação do procurador e adianta que essas transferências chegaram ás mãos de José Sócrates como empréstimos, um argumento que não convenceu os desembargadores Agostinho Torres e João Carola dado que o dinheiro estaria a ser emprestado por “um empresário “a um “potencial insolvente” que não tinha qualquer intenção de retorno. Não obstante, Torres e Carola manifestaram a sua surpresa com “tamanha amizade” entre Santos Silva e José Sócrates.
Outro fator que não convence os desembargadores é a escolha dos dois envolvidos falarem das entregas de dinheiro por código, referindo ainda que, tendo Sócrates um amigo tão “disponível e generoso” não havia necessidade de pedir um empréstimo à Caixa Geral de Depósitos para estudar em Paris.
Nesta leitura do acórdão Agostinho Torres e João Carola reconheceram que, quando Sócrates foi detido em novembro, não existiam suficientes indícios de fuga para o ex-primeiro-ministro ter sido detido. Contudo, os dois desembargadores estiveram de acordo com a decisão do juiz Carlos Alexandre uma vez que havia perigo de o inquérito poder ser manipulado se José Sócrates continuasse em liberdade.
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