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Manifestação reclama colocação urgente de profissionais de saúde

Mais de uma centena de pessoas manifestaram-se hoje em frente ao Centro de Saúde de Benavente, reclamando mais profissionais de saúde para um concelho que tem 8.000 utentes sem médico de família.

Manifestação reclama colocação urgente de profissionais de saúde
Notícias ao Minuto

12:26 - 22/02/15 por Lusa

País Benavente

"É urgente, é urgente, mais profissionais de saúde em Benavente", foi uma das palavras de ordem mais repetidas durante a manifestação que partiu do Hospital da Misericórdia e culminou junto das instalações do Centro de Saúde.

Domingos David, porta-voz da Comissão de Utentes da Saúde de Benavente (CUSB), promotora da manifestação, disse à agência Lusa que o que levou os manifestantes a saírem hoje à rua foi o sentimento de que a situação dos cuidados primários no concelho "se arrasta há muito e não pode agravar-se mais".

Segundo o porta-voz da CUSB, em março vão sair mais duas enfermeiras e há a possibilidade de encerrar o posto de saúde de Porto Alto, agravando mais ainda uma situação que classificou de "dramática".

"Nas freguesias de Barrosa, Benavente e Santo Estêvão dois em cada três utentes não têm médico de família e têm muitas dificuldades de acesso aos cuidados primários e familiares de saúde, sobrecarregando as urgências hospitalares, com acréscimo de custos e sofrimento para os utentes e suas famílias, e prejudicando o erário público", afirmou.

Manuel Jacinto, 73 anos, inscrito no Centro de Saúde de Benavente, disse à Lusa que foi à manifestação para demonstrar o seu descontentamento por, desde que ficou sem médico de família, ter de esperar meses por uma consulta ou ter de recorrer às urgências.

O presidente da Câmara Municipal de Benavente, Carlos Coutinho (que participou na manifestação juntamente com o presidente da Assembleia Municipal, António José Ganhão), frisou as dificuldades que vivem sobretudo os mais idosos, referindo em particular a falta de consultas de especialidade, que deixam sem acompanhamento diabéticos, hipertensos, grávidas e crianças.

Tanto Carlos Coutinho como Domingos David referiram as dificuldades em atrair profissionais de saúde quando não se conseguem formar Unidades de Saúde Familiar (USF), dado que estas oferecem condições mais vantajosas.

Carlos Coutinho disse à agência Lusa que o seu objetivo é conseguir formar uma USF em Benavente, a exemplo do que acontece em Samora Correia, onde existem os recursos necessários, e garantir o funcionamento das extensões de saúde que foram encerradas nos últimos tempos por falta de recursos humanos.

O autarca disse esperar que as medidas anunciadas pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, numa reunião realizada com a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo em janeiro entrem, de facto, em vigor a curto prazo, como foi afirmado.

No final da manifestação, foi aprovada, por unanimidade, uma moção que reclama a "colocação urgente" de mais profissionais de saúde no concelho e a reabertura das extensões de saúde encerradas.

O texto, que vai ser enviado ao Governo e aos grupos parlamentares, entre outras entidades, frisa que a saúde é um bem precioso e consagrado constitucionalmente e que as pessoas têm de ser colocadas em primeiro lugar nas opções governativas.

A moção afirma que há dias em que o funcionamento do Centro de Saúde de Benavente "é caótico", criando situações "desumanas" para os profissionais de saúde e com "contornos dramáticos e por vezes fatais" para os utentes.

A CUSB convidou os participantes no protesto de hoje a comparecerem na manifestação que está agendada para o próximo dia 07 de março em Santarém e que irá juntar pessoas de todo o distrito em defesa dos serviços públicos.

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