Em dezembro de 2009, Maria Isabel Machado recebeu uma proposta da Brisa-Engenharia e Gestão SA relativa aos terrenos de que era proprietária em Maumosteiro, em Vila Nova de Gaia.
Escreve o Jornal de Notícias que a Brisa propunha-se a comprar 2.962 metros quadrados dos 9.200 que estavam em nome da mulher. A expropriação amigável, para que fosse construída a A32, iria render à viúva 12.500 euros. Esta informação consta de uma carta enviada à proprietária dos terrenos que está assinada por João Malheiro Reymão, que representava a Auto Estradas do Douro Litoral (AEDL) em nome do Estado.
Contudo, algum tempo depois e antes de a mulher tomar uma decisão surgiu outra proposta.
Desta feita era o empresário Vítor Batista que se propunha a comprar os terrenos em causa, mas ao contrário da Brisa, o objetivo passava por adquirir a totalidade dos terrenos.
O que têm em comum João Malheiro Reymão e Vítor Batista? Estão ambos a ser investigados pela Polícia Judiciária por suspeitas de crimes de corrupção e de participação em negócio.
Assim, em maio de 2011, Maria Isabel vendeu a totalidade dos seus terrenos ao empresário e contabilista de Sandim por 100 mil euros. Dois dias depois de o negócio se ter concretizado, a AEDL comprou a Vítor Batista 3.893 metros quadrados dos terrenos em causa, tendo pago 250 mil euros.
Com este negócio, explica o Jornal de Notícias, a Brisa pagou 20 vezes mais ao empresário do que se tinha proposto a fazer à viúva.
Vítor Batista ficou então com 150 mil euros (comprou os terrenos por 100 mil euros e vendeu-os por 250 mil) e ainda 5.307 metros quadrados de terreno em seu nome.