Patrão de Sócrates 'apanhado' pela Operação Marquês
O administrador da empresa para a qual José Sócrates trabalhou como consultor, a Octapharma, está ligado ao Grupo Lena e a Carlos Santos Silva através de uma empresa-fantasma, destinada ao envio de dinheiro para o ex-primeiro-ministro. Paulo de Lalanda e Castro é acusado de fraude fiscal e branqueamento de capitais, refere o Expresso.
© Reuters
País Octapharma
Já se noticiava em dezembro de 2014 a criação de uma empresa-fantasma sediada em Londres, a Intelligent Life Solutions LPP, para a assinatura de um contrato, em março do mesmo ano, entre os empresários Carlos Santos Silva e Paulo de Lalanda e Castro, que teria financiado José Sócrates.
Noticia este sábado o Expresso que Paulo de Lalanda e Castro, administrador português da Octapharma e antigo patrão de Sócrates, foi, esta semana, oficialmente constituído arguido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), na investigação Operação Marquês liderada pelo procurador Rosário Teixeira.
Sabe-se que desde 2013, Sócrates recebia 12 mil euros por mês da Octapharma, uma farmacêutica suíça, mas, em maio de 2014, assinou um contrato com uma nova farmacêutica, a Dynamicspharma, sediada em Portugal e detida por Lalanda e Castro, que pagava ao ex-primeiro-ministro os mesmos 12 mil euros mensais.
Dois meses antes, Lalanda e Castro tinha sido contratado pela XMI, uma empresa dos donos do Grupo Lena e na qual é administrador Carlos Santos Silva.
Os investigadores acreditam que o contrato entre a empresa gerida por Santos Silva e Lalanda de Castro, feito através da Intelligent Life Solutions LPP, é fictício e serviu como um meio de Santos Silva enviar dinheiro, indiretamente, a Sócrates.
Lalanda e Castro foi interrogado na semana passada e está indiciado pelos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais.
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