Doente morre por hospital ter 'vetado' medicação
Um doente que necessitava de um medicamento para a hepatite C, cuja taxa de sobrevivência a quem é administrado se fixa em 80%, morreu à espera do tratamento, alegadamente por motivações economicistas do hospital em causa, avança o Diário de Notícias.
© LUSA
País Hepatite C
Aos 53 anos foi-lhe prescrito um medicamento para a hepatite C passível de lhe salvar a vida. Volvidos nove meses, o doente acabou por falecer à espera da medicação recomendada por um médico de um hospital do norte. O tratamento, ao qual é atribuída uma taxa de sucesso de 80% no que à sobrevivência dos pacientes diz respeito, custa ente 10 mil a 25 mil euros por paciente, sendo que terá sido o factor preço a ditar, ainda que indirectamente, a morte da pessoa, conta o Diário de Notícias. Mas este não será um caso isolado.
O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, denunciou ontem que “há, de facto, médicos que estão a ser proibidos de prescrever aquilo que acham de prescrever aos doentes", dando como exemplo os novos medicamentos para a hepatite C. "Isso é obviamente algo inaceitável e não podemos nunca tornar esse racionamento implícito em racionamento explícito”, defendeu.
Em reacção, o Ministério da Saúde, dirigido por Paulo Macedo, afirmou não ter conhecimento destes casos, apesar de o presidente da Associação para o Estudo do Fígado, Armando Carvalho, ter garantido que enviou há meses uma carta a dar conta deste tipo de situações.
Também a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) afirmou ontem, em comunicado, que “não existe qualquer evidência de que o acesso a estes medicamentos se encontre limitado”, lembrando que estes dois medicamentos são de uso exclusivo hospitalar e estão sujeitos a um processo de avaliação prévia antes de autorizados para uso nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O acesso dos utentes a esses fármacos é garantido através de uma autorização de utilização excepcional para cada doente que é solicitada pelos hospitais ao Infarmed.
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