UGT discute com Vítor Gaspar situação de Portugal e Grécia
O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, defendeu numa reunião com o ex-ministro das Finanças Vítor Gaspar, em Washington, que Portugal deve aproveitar qualquer concessão conseguida pela Grécia para renegociar as condições do seu acordo.
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"Defendi que, se houver atenuantes aplicadas à Grécia, Portugal deve fazer valer a sua posição e negociar", disse Carlos Silva à agência Lusa, acrescentando que "Vítor Gaspar pareceu concordar com esta ideia."
O encontro, em que participou também o diretor-executivo do Banco Mundial, Nuno Mota Pinto, aconteceu à margem de uma reunião de alto nível com representantes do Fundo Monetário internacional (FMI), do Banco Mundial e sindicatos de todo o mundo.
"Tive oportunidade de partilhar as preocupações que me trazem cá [aos Estados Unidos] e questionar sobre o mais recente relatório do FMI, que critica, entre outras coisas, o aumento do salário mínimo e uma aparente distância entre os dirigentes da organização e o seu representante em Portugal", adiantou Carlos Silva.
Na semana passada, o diretor executivo do FMI para Portugal, Carlo Cottareli, criticou o relatório de avaliação da primeira missão do Fundo Monetário Internacional após o final do programa de resgate, considerando mesmo como "inapropriada" uma menção ao potencial disruptivo no processo de reformas do período eleitoral.
Segundo Carlos Silva, o ex-ministro "não concorda que exista essa diferença" entre Cottarelli, que Gaspar substituiu na direção do Departamento de Assuntos Orçamentais do FMI, e os altos responsáveis da organização em Washington.
Carlos Silva, que foi eleito para líder da UGT apenas em abril de 2013, diz que foi a primeira vez que se encontrou com Vítor Gaspar e que, por isso, os dois falaram do programa de ajustamento de Portugal pela primeira vez.
"Vitor Gaspar está convencido de que, se não tivesse sido o Governo português a gerir as medidas dentro das margens impostas pelo programa, os resultados teriam sido muito piores", disse o dirigente sindical.
Na segunda-feira, o secretário-geral da UGT teve também uma reunião com o embaixador de Portugal nos Estados Unidos, Nuno Brito, na sede da embaixada.
Carlos Silva está em Washington até quinta-feira para participar numa reunião de alto nível com representantes do Fundo Monetário internacional (FMI), do Banco Mundial e de organizações sindicais de todo o Mundo.
No encontro entre representantes mundiais pretendem-se analisar as questões do mercado de trabalho, do crescimento, do emprego e da proteção social.
Carlos Silva fará a sua intervenção na quarta-feira.
Segundo um comunicado da UGT sobre este assunto, o dirigente sindical "fará a denúncia da atuação do FMI em Portugal, designadamente no que se refere às questões das alterações à legislação laboral e dos impactos da excessiva austeridade."
"Carlos Silva questionará a insistência e intransigência em relação às políticas de austeridade e a sua desadequação face aos problemas do país, no primeiro ano em que Portugal se encontra integralmente fora do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro", acrescenta a organização sindical.
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