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Lusodescendente em Toronto procura vida extraterrestre noutros planetas

Uma lusodescendente, estudante de Astronomia e Astrofísica na Universidade de Toronto, Canadá, está a analisar ficheiros recolhidos num telescópio no Havai, Estados Unidos, para tentar encontrar vestígios de vida noutros planetas.

Lusodescendente em Toronto procura vida extraterrestre noutros planetas
Notícias ao Minuto

09:43 - 31/01/15 por Lusa

País Estudantes

"Estive no Havai onde durante duas noites observei o planeta 55 Cancri E, recolhi dados que agora estou a analisar para descobrir se há vida", disse à agência Lusa Lisa Esteves, de 25 anos, estudante de um doutoramento no departamento de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Toronto.

O 55 Cancri E é um planeta extrassolar orbitando na estrela 55 Cancri e demora 18 horas a completar a órbita. Classificado como a primeira Super-Terra, é provavelmente inabitado face aos 1.700 graus centígrados de temperatura que apresenta. Foi descoberto a 30 de agosto de 2004 e situa-se a 41 anos-luz de distância do planeta Terra.

Lisa Esteves, filha de pai português com raízes em Venda do Pinheiro, no concelho de Mafra, e em Braga, e de mãe chinesa, a investigadora disse que nos próximos meses vai tentar descobrir nos ficheiros recolhidos durante a observação se existe "água, metano ou sódio na atmosfera".

Em dezembro de 2014 e novamente este mês, Lisa Esteves esteve no Havai juntamente com o reitor do departamento de Ciência, da Universidade de York, em Toronto, Ray Jayawardhana, onde recolheu dados do telescópio japonês Subaru, com o diametro de 8,2 metros, localizado no observatório Mauna Kea no Havai.

"No planeta que estamos a observar (55 Cancri E) está muito calor, algo como mais de 1.500 graus, portanto a vida como existe aqui (Terra), provavelmente não vamos encontrar, mas se descobrirmos água, será uma das primeiras descobertas de deteção de água num planeta semelhante à Terra, que é maior do que o nosso planeta e então avançaremos para a procura de vida em planetas mais frios", explicou.

A lusodescendente, que espera analisar os dados recolhidos até ao verão, reconhece que os planetas conhecidos podem não ter vida extraterrestre. Mas como existem "tantas outras estrelas na galáxia, rodeadas por planetas" a hipótese de se registar vida é "pequena, e está algures por aí", afirmou convicta.

O trabalho pode ser amplamente melhorado se o Canadá apostar mais na parceria com Estados Unidos na construção em curso do Telescópio de Trinta Metros (TLT), também em Mauna Kea no Havai, com o apoio da China, Japão e India.

O Canadá já investiu mais de 30 milhões de dólares (26 milhões de euros) no projeto e no desenvolvimento do TLT, mas os cientistas canadianos reclamam por um investimento adicional de 300 milhões de dólares (260 milhões de euros) na construção de setores determinantes do observatório.

No ano passado, o governo conservador canadiano inviabilizou o projeto, tendo agora uma "última hipótese" no próximo orçamento federal, adiado até abril pelo ministro das Finanças Joe Oliver, dada a queda acentuada dos preços do petróleo, que estão a afetar a economia do país.

"Se o Canadá integrar o projeto terá uma certa percentagem de utilização, dependente dos valores a investir. Então poderei utilizá-lo na minha pesquisa e observar estes planetas, se têm vida, e recolher mais dados sobre as suas atmosferas, se têm água ou vida. Queremos saber mais sobre esses planetas interessantes", concluiu Lisa Esteves.

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