Acusações a Sócrates não são de quando era primeiro-ministro
“Há uma janela temporal, mas que não 'bate' sob o período de José Sócrates como primeiro-ministro. Foi antes de ele ser primeiro-ministro”, esta é a novidade dada pelo advogado de José Sócrates, João Araújo, em entrevista ao 'Jornal das 8', na TVI.
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País João Araújo
Em entrevista ao ‘Jornal das 8’ da TVI, o advogado José Sócrates, João Araujo, falou sobre os parâmetros do processo e acabou por revelar que os crimes imputados ao engenheiro José Sócrates são referentes a um período anterior do seu cargo como primeiro-ministro.
No início da conversa começou por criticar a violação do segredo de justiça que se está a sentir neste caso. “O segredo de justiça já está tão violado que é impossível violá-lo mais. Isto é um caso único. Por exemplo, do recurso que apresentei todos os dias sai um novo capítulo”, explica.
Deixando no ar uma possível fuga de informação, João Araújo garante que a informação que tem sido noticiada não surgiu da sua ‘boca’, mas que quem guarda o processo é o procurador-geral adjunto da República. “É a ele a quem compete guardar. Mas é incapaz de guardar um monte de papéis”.
No entanto, a novidade surgiu quando o advogado revela que José Sócrates está a ser acusado de corrupção e fraude fiscal, mas não no tempo em que era primeiro-ministro. “Há uma janela temporal, mas que não bate sob o período de José Sócrates como primeiro-ministro. Foi antes de ele ser primeiro-ministro”, acrescenta.
Ainda sobre a prisão preventiva do seu cliente, refere que ainda não foram apresentados factos, que mostraram que houve movimentos de dinheiro entre o seu grande amigo Carlos Santos Silva e José Sócrates, mas “temos dois cidadãos que estão presos, um porque emprestou dinheiro e outro porque pediu dinheiro emprestado”.
Ao considerar inconstitucional a prisão de o antigo primeiro-ministro, João Araújo afirma que “a prisão preventiva deve ser uma medida absolutamente excecional. Neste caso não se verificam os casos de excecionalidade”.
“O perigo de fuga é uma anedota de mau gosto. Dizer que existe perigo de fuga de uma pessoa que ao saber que vai ser preso e mesmo assim veio para Portugal, convenhamos que é ridículo”, indica.
Sobre o recurso apresentado pela defesa de Sócrates, o advogado diz que esperava já ter obtido uma resposta, mas que ainda não foram notificados.
Quando questionado sobre a prisão domiciliária do motorista João Perna, frisa que é “uma violência”. “Um motorista que faz recados? Que leva e traz? Isto cabe na cabeça de alguém?”, questiona.
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