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Deve acabar tradição de ensinar quando nada mais se sabe fazer

Foram divulgados, esta segunda-feira, os resultados da Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC) e o Público dá, agora, a conhecer as três questões em que a maioria dos professores errou. Entre erros ortográficos, de sintaxe, de raciocínio, foi na escolha múltipla que os docentes mais tremeram. E o responsável pela prova não tem dúvidas: “É preciso acabar com a tradição portuguesa de que quando não se sabe fazer mais nada vai-se para o ensino”, disse ao Diário de Notícias (DN).

Deve acabar tradição de ensinar quando nada mais se sabe fazer
Notícias ao Minuto

09:30 - 28/01/15 por Notícias Ao Minuto

País PACC

O presidente do Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) não se poupa nas críticas feitas ao docentes e a todos as pessoas que continuam a censurar a importância da Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC). Ao Diário de Notícias (DN), Hélder Rodrigues fala no “número considerável de chumbos”, mas que tal já não o surpreende, uma vez que a instituição que lidera tem, com frequência, contacto com documentos “enviados por docentes” que, diz, “mostram falhas gravíssimas de escrita e até do ponto de vista científico”.

Hélder Rodrigues diz que este problema “tem de ser tratado de forma clara e frontal” e que “é preciso acabar com a tradição portuguesa de que quando não se sabe fazer mais nada vai-se para o ensino”.

A prova em questão ditou a reprovação de 34,3% dos docentes, os mesmos que, agora, ficam impedidos de participar nos concursos de contratação do próximo ano. Mas, afinal, o que ditou tantos chumbos? Entre erros ortográficos, de sintaxe, de raciocínio, foi na escolha múltipla que os docentes mais tremeram.

O jornal Público revela, esta quarta-feira, as três perguntas com maior taxa de reprovação.

A primeira obteve uma taxa de insucesso de 78,9% e perguntava e apresentava como hipótese de resposta o seguinte: “o selecionador nacional convocou 17 jogadores para o próximo jogo de futebol. Destes 17 jogadores, seis ficarão no banco como suplentes. Supondo que o selecionador pode escolher os seis suplentes sem qualquer critério que restrinja a sua escolha, podemos afirmar: (a) que o número de grupos de grupos diferentes de jogadores suplentes é inferior ao número de grupos diferentes de jogadores efetivos; (b) superior ao número de grupos diferentes de jogadores efetivos; (c) igual ao número de grupos diferentes de jogadores efetivos; (d) não se relaciona com o número de grupos diferentes de jogadores efetivos”.

Aqui, esclarece o jornal, a resposta certa seria a hipótese ‘C’: o número de grupos de grupos diferentes de jogadores suplentes é igual ao número de grupos diferentes de jogadores efetivos.

A segunda questão com menos respostas acertadas vinha acompanhada de um gráfico, onde era explicado que “um valor-índice igual a 100 representa uma média regional igual à média nacional e valores-índices inferiores e superiores a 100 representam, respetivamente, médias regionais inferiores e superiores à média nacional”. Além disso, a questão referia ainda que, em 2012, os alunos da região Oeste obtiveram uma média de 96, em valor-índice, sendo, então, a pergunta a seguinte: “Qual foi a média obtida por estes alunos no exame nacional de Português em 2009, em valor-índice?”. Como resposta, os docentes tinham estas opções: “zero; - 5, 91 e 101”.

A resposta acertada seria “101”, mas 73,4% dos professores não o souberam.

Do mesmo grupo, existiu, ainda, uma terceira questão com uma taxa de respostas certas de apenas 29,5%. Após a leitura de um excerto da obra ‘O Livro – Impressão e Fabrico’, de Douglas C. McMurtie, os professores eram desafiados a responder ao seguinte: “Com o objetivo de definir a classificação proposta no segundo parágrafo, o autor recorre ao exemplo do ‘tipógrafo’ para ilustrar: “(a) os dois termos de uma distinção; (b) o primeiro termo de uma distinção; (c) o segundo termo de uma distinção; (d) um termo não integrado numa distinção”.

A resposta seria a ‘b’, “o primeiro termo de uma distinção” e os professores tinham que se focar no seguinte excerto: “Quando tentamos uma classificação, a distinção parece assentar ente uma obra útil e uma obra de arte literária. Até o tipógrafo mais animado dificilmente podia concentrar muito entusiasmo no embelezamento de um dicionário, numa lista telefónica ou num código de cabo submarino, embora estivesse sinceramente interessado no seu bom aspeto tipográfico”.

O Público tentou obter, junto do IAVE, exemplos dos erros ortográficos dados pelos docentes na prova, mas a instituição escusou-se a fornecê-los.

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