Mais de 1.200 alunos marcharam para evocar Auschwitz

Cerca de 1.200 alunos, de várias idades e estabelecimentos de ensino de Felgueiras, marcharam hoje pelas ruas do centro da cidade para assinalar os 70 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz.

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Lusa
27/01/2015 16:20 ‧ 27/01/2015 por Lusa

País

Felgueiras

À iniciativa foi dado o nome de "Marcha da Vida", frase que se podia ler num cartaz com vários metros de largura, segurado por alunos e professores, que encabeçava a caminhada, atividade que obrigou a cortar o trânsito nas principais artérias de Felgueiras.

Quase sempre em silêncio, as comunidades escolares do concelho, numa iniciativa do Agrupamento de Airães, quiseram também assinalar o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto.

Aquele agrupamento integra este ano o Mapa Mundial da lembrança do 70.º aniversário da libertação de Auschwitz, juntando-se a dezenas de localidades por todo mundo.

Diana Félix, aluna da escola de Airães, falou do interesse e do estudo que o assunto tem despertado na escola. A propósito da marcha de hoje, lembrou o "horror" do holocausto e o campo de concentração de Auschwitz, que ficou conhecer com a exibição de um vídeo na escola, exclamando: "Hoje fomos muitos, mas em comparação com o que aconteceu lá, somos muito poucos".

Na marcha pelas ruas de Felgueiras participou Domingos Jerónimo, cônsul de Israel no Porto.

Em declarações à Lusa, o representante consular sublinhou a importância de a juventude de Felgueiras ter "consciência do valor supremo da vida humana e da liberdade".

"É importante assinalar que nunca mais volte a acontecer o holocausto ou outros conflitos mundiais que espezinham os direitos humanos", afirmou, elogiando a atividade de hoje.

Francina Santos, a docente que organizou o evento, disse que a marcha "quis dar mais visibilidade à causa, no concelho e no país", sobretudo quando são assinalados os 70 anos da libertação de Auschwitz.

A professora destacou o envolvimento da autarquia e de várias escolas, frisando que só assim será possível "fazer vingar os valores da justiça, tolerância e liberdade junto da comunidade".

Muitas crianças e adolescentes envergavam camisolas com imagens do campo de concentração de Auschwitz. A marcha terminava com dois cartazes escuros, iluminados com a chama de um isqueiro, nos quais se lia a palavra holocausto.

Rui Silva, diretor do Agrupamento de Escolas de Airães, declarou à Lusa que o 70.º aniversário da libertação de Auschwitz foi "uma maior motivação para, a partir de Felgueiras, marcar o evento a nível do país".

"Este é um grande momento cívico que a Escola de Airães procura dar", afirmou, recordando que no mundo foram hoje organizadas várias marchas.

"Em Portugal foi em Felgueiras", acentuou.

Já para João Sousa, vice-presidente da câmara, importa, com esta iniciativa, "transmitir aos mais jovens os valores da vida".

O autarca sublinhou também a presença, no programa do evento, dos netos de Aristides Sousa Mendes, antigo cônsul português em Bordéus, Franca, que ajudou a salvar milhares de judeus durante a segunda guerra mundial.

A marcha terminou junto à biblioteca municipal, com os alunos a rodearem uma lápide colocada no local alusiva à data hoje assinalada em todo o mundo.

Descerrada a placa, com palmas, podia-se ver uma imagem do campo de concentração de Auschwitz e ler a frase de Aristides de Sousa Mendes: "Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro".

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