Segundo esta responsável, "nos últimos três anos, o número de estudantes nos cursos de licenciaturas e mestrados no ensino à distância passou de 300 em 2012, para 350 em 2014".

"A estes estudantes, que fazem cursos formais, ou seja, que conferem grau académico, há que juntar os que frequentam cursos breves 'online' disponibilizados na nossa plataforma UP2U, que em 2014 registou mais de 5.000 inscrições", acrescentou Rita Cadima.

O presidente do IPL, Nuno Mangas, disse que "cada vez mais as pessoas têm necessidade de atualizar conhecimentos e obter novas aprendizagens".

"No entanto, também é cada vez mais difícil fazê-lo, porque os horários são cada vez mais desencontrados. A formação e educação vão ter de acompanhar isto", sublinhou Nuno Mangas.

O presidente do IPL disse que o objetivo é ter "cada vez mais qualidade" e conseguir que o ensino à distância se afirme: "Na região, já há algum conhecimento sobre estes cursos, mas se mais pessoas fora da região soubessem da sua existência e qualidade, certamente que se inscreveriam".

Rita Cadima, por outro lado, disse também que o novo Estatuto do Estudante Internacional "poderá dar um novo impulso a esta modalidade, com estudantes internacionais a ingressar nas licenciaturas de ensino à distância portuguesas".

"Os estudantes do ensino à distância são, normalmente, pessoas que já estão inseridas no mercado de trabalho ou afastados geograficamente e não se podem deslocar. Com a criação do Estatuto do Estudante Internacional, julgo que haverá condições para fazer crescer o número de estudantes", reforçou Nuno Mangas.

O "desafio", disse ainda este responsável, "começa a ser integrar estudantes de outros continentes, com fusos horários diferentes", mas que também irão "trazer riqueza e tornar a interação mais rica".

Rita Cadima considera que, "face ao potencial pedagógico das tecnologias", o ensino superior "irá caminhar, cada vez mais, na direção do 'b-learning', que combina um grande volume de atividades de aprendizagem desenvolvidas 'online' com sessões presenciais".

"Existe a ideia de falta de rigor", admitiu a coordenadora do curso da ESECS, Mafalda Casimiro, ao revelar, contudo, que as empresas têm vindo a reconhecer a qualidade desta modalidade à medida que os alunos realizam estágios ou entram no mercado de trabalho.

Segundo Rita Cadima, o "feedback" que tem recebido de empregadores é "muito positivo" relativamente à avaliação da qualificação obtida via esta modalidade de formação".

Rita Cadima acrescenta que o "nível de exigência é idêntico ao dos cursos do regime presencial, sendo a avaliação feita de forma presencial e em conjunto para ambos os regimes (presencial e à distância)".

Atualmente, o IPL disponibiliza três cursos de licenciatura nesta modalidade: Educação Básica, Marketing e Relações Humanas e Comunicação Organizacional.

Existe ainda cursos que combinam o ensino à distância e algumas sessões presenciais, como os mestrados em Comunicação Acessível, Comunicação e Media, Mediação Intercultural e Intervenção Social, Utilização Pedagógica das Tecnologias de Informação e Comunicação, Gestão e Sustentabilidade no Turismo e Marketing Relacional.