No papel, a maioria ainda é espanhola. Ou são apenas espanhóis, para sermos mais precisos. Mas o caso está a mudar. Conta o semanário Sol que só em 2014 houve 167 pessoas naturais de Olivença a pedirem nacionalidade portuguesa.
Os números foram avançados pelo Instituto dos Registos e Notariado e dão conta que destes 167 pedidos, há 80 que já tiveram direito ao sim: agora têm dupla nacionalidade. Os restantes 87 ainda esperam uma resposta que esperam que seja positiva.
Conta o mesmo semanário que a Associação Além Guadiana tem sido particularmente interventiva nesta questão, acompanhando e conduzindo este processo que é também uma ligação com a memória familiar de muitos.
O espírito que vigora entre estes oliventinos é o de que são espanhóis mas também portugueses e em muitos casos é mesmo a árvore genealógica que está na origem do apelo. “Soube que o apelido Ferrera era antigamente Ferreira”, explica ao Sol um dos oliventinos que avançou com o pedido.
Numa pequena localidade que ao longo dos séculos esteve sempre na fronteira entre os dois países ibéricos, formalidades que parecem pouco mas muito significam (como é o caso da dupla nacionalidade) vão ajudando a um melhor contacto com o passado.