Corrupção? "Há países bem piores que nós"
O escritor Miguel Sousa Tavares considera que os casos de crimes de colarinho branco que marcaram este ano que agora termina “não abalam o regime”, atribuindo a culpa destes ilícitos não ao sistema mas sim à “natureza humana”.
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País Comentário
Em jeito de revista do ano que agora termina, Miguel Sousa Tavares considera que casos como Face Oculta, Operação Marquês ou Vistos Gold não poem em causa o regime atual.
“Qualquer sistema, por melhor que esteja concebido, não está imune à existência de crimes de colarinho branco, porque todos os sistemas são compostos por homens e a natureza humana é aquilo que sabemos”, aponta.
Para Sousa Tavares todos estes casos não poem em causa o regime, porque no “regime democrático temos capacidade de denunciar e de julgar independentemente de quem são os acusados”.
“Veja-se o caso Sócrates, por exemplo”, refere.
O escritor é da opinião que “o regime pode estar abalado é em relação ao caso Sócrates, porque é o único que não consente meias-águas”.
Isto é, “se chegarmos ao fim e José Sócrates for condenado nós ficamos todos muito abalados por pensar que tivemos um primeiro-ministro que nos governou seis anos e que fez fortuna ao ser corrompido”.
Mas por outro lado, “se chegarmos ao fim e ele for absolvido, então é a justiça e o jornalismo que estão em causa”, refere.
Mais concretamente sobre a corrupção, Sousa Tavares garante que “em termos de países civilizados podemos estar mal, mas há países bem piores que nós”.
“Um país é decididamente corrupto quando se começa a corromper um polícia na rua e isso não acontece em Portugal”, concluiu.
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