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Meco: Familiar diz que era esperada a decisão de manter juiz

A mãe de uma das seis vítimas mortais do afogamento da Praia do Meco disse hoje que já esperava a decisão do Tribunal da Relação de Évora (TRE), em manter o juiz de instrução do processo.

Meco: Familiar diz que era esperada a decisão de manter juiz
Notícias ao Minuto

18:00 - 21/12/14 por Lusa

País Relação de Évora

O advogado das famílias requereu em novembro a recusa do juiz, alegando proximidade entre este magistrado e o procurador do Ministério Público que arquivou o inquérito, tendo Vítor Parente Ribeiro adiantado anteriormente à agência Lusa que o TRE recusou esse pedido de afastamento.

"Não fiquei surpreendida nem foi uma surpresa. Pessoalmente, não esperava outra coisa. Mas, como sempre lutamos para que a verdade se saiba, também não podíamos deixar de fazer o que fizemos e de mostrar a nossa indignação perante um processo que tem sido muito nebuloso", afirmou Fernanda Cristóvão, mãe de Ana Catarina Soares.

Em declarações à agência Lusa, a familiar deseja que o juiz em causa faça agora o seu trabalho da melhor maneira.

"Espero que o senhor juiz seja o mais isento e imparcial possível. Penso que ele percebeu o que é que nós, familiares, achamos da sua atuação. Este é um caso extremamente nebuloso e nós só queremos saber a verdade do que aconteceu", vincou Fernanda Cristóvão.

A mãe de Ana Catarina Soares corrobora a opinião do advogado das famílias, o qual referiu hoje que o TRE não considerou "totalmente descabido" a apresentação do requerimento.

"A Relação indeferiu o pedido por considerar que não havia nada que afetasse diretamente a atuação do juiz. Apesar desta decisão, consideramos este acórdão bastante positivo e os objetivos foram atingidos, pois conseguiu-se esclarecer melhor a posição do juiz", sustentou Vítor Parente Ribeiro.

Além disso, o advogado sublinhou que o TRE não considerou "totalmente despropositado" o requerimento, acrescentando que a Relação discordou da forma como o juiz, no despacho de abertura da instrução, se dirigiu ao procurador do MP, corroborando algumas das suas fundamentações que levaram ao arquivamento do processo na fase de inquérito.

A 15 de outubro último, foi divulgada a reabertura do processo judicial relativo aos seis jovens estudantes que morreram na praia do Meco a 15 de dezembro de 2013. O "Dux" da praxe académica e único sobrevivente, João Gouveia, foi constituído arguido.

O inquérito, instaurado na sequência da morte de seis alunos da Universidade Lusófona de Lisboa, que se encontravam na praia do Meco, no concelho de Sesimbra, tinha sido anteriormente arquivado pelo procurador do Ministério Público do Tribunal da Almada.

O advogado das famílias dos seis jovens, Vítor Parente Ribeiro, decidiu, no entanto, pedir a abertura de instrução, pretensão que foi posteriormente acolhida por um juiz do Tribunal de Setúbal.

Na ocasião, Vítor Parente Ribeiro disse à Lusa que havia elementos do processo que não eram claros no despacho de arquivamento e que, por outro lado, não havia qualquer referência a determinados elementos de prova.

Os familiares dos seis jovens afirmam-se convictos de que a investigação sobre o caso "ficou pela rama" e dizem ter muitas dúvidas quanto à versão contada por João Gouveia, segundo a qual o grupo de universitários terá sido surpreendido e arrastado por uma onda, quando se encontrava à beira-mar, na madrugada de 15 de dezembro do ano passado.

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