Sócrates não sabe, ao todo, quanto deve a Carlos Santos Silva. Sabe, apenas, que são milhões de euros, os exatos milhões que o seu amigo de infância emprestou. Um empréstimo generoso que é defendido pelos dois arguidos e que leva agora a que a defesa do ex-primeiro-ministro peça o acesso ao processo.
Sócrates está preso há já um mês mas ainda não se sabe ao certo qual a origem dos milhões em causa, conta o Diário de Notícias (DN). O Ministério Público (MP) mantém a tese de corrupção, fraude e branqueamento de capitais, com Carlos Santos Silva no papel de ‘testa de ferro’ de Sócrates e o motorista do ex-governante como ‘pombo-correio’.
Contudo, destaca a publicação, nem as buscas ao Grupo Lena e à Octapharma conseguiram revelar de onde o dinheiro surgiu.
Sócrates e o amigo continuam a defender que tudo não passa de empréstimos entre amigos e que o montante, possivelmente acima dos 20 milhões, será saldado. Porém, falta ainda explicar o recurso ao motorista para que o dinheiro fosse transportado e as múltiplas despesas pagas por dinheiro proveniente de Santos Silva encontradas nas vigilâncias e escutas feitas desde o ano passado.