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Portuguesa vencedora de concurso britânico defende mais abertura da indústria a jovens cientistas

A indústria portuguesa devia apostar mais nos jovens cientistas, defendeu a doutoranda Joana Branco dos Santos, que participou na equipa vencedora de uma competição nacional britânica de empreendedorismo para investigadores de ciências biotecnológicas.

Portuguesa vencedora de concurso britânico defende mais abertura da indústria a jovens cientistas
Notícias ao Minuto

10:59 - 13/12/14 por Lusa

País Investigação

A equipa, formada por mais três colegas britânicos e uma nepalesa, idealizou a produção natural de grãos de café sem cafeína, o que substituiria o processo de descafeinação.

"Criámos uma empresa fictícia, mas com um plano de negócios real e um estudo de mercado", contou à agência Lusa.

A competição, intitulada Biotechnology Young Entrepreneurs Scheme (YES), foi coorganizada pela Universidade de Nottingham, o Conselho de Investigação de Biotecnologia e Ciências Biológicas (BBSRC na sigla inglesa) e o Conselho de Investigação do Ambiente Natural (NERC).

Em paralelo, decorreu outra direcionada às ciências ambientais.

Ao longo das competições, as equipas receberam conselhos e ajuda de mentores e oradores convidados sobre temas como propriedade intelectual, planeamento financeiro e marketing para desenvolver as capacidades dos participantes em empreendedorismo, negócios e comercialização.

Após as eliminatórias regionais, as respetivas equipas vencedoras disputaram uma final na terça-feira em Londres perante um júri de peritos onde tiveram de apresentar o projeto e responder a perguntas.

O objetivo é promover cientistas em início da carreira a desenvolver capacidades e aprender a planear o seu trabalho de investigação para fins comerciais, explicou Joana Santos.

"No Reino Unido, só um por cento dos estudantes de doutoramento chegam ao topo da carreira, por isso estão a tentar atrair mais jovens cientistas para a indústria", revelou a jovem investigadora, que lamentou que Portugal não tenha iniciativas semelhantes.

"É urgente consciencializar não apenas as instituições e empresas empregadoras em Portugal, mas também é necessário que supervisores incentivem os seus alunos de doutoramento a serem mais criativos e empreendedores e traduzirem o trabalho que fazem em laboratório para o mundo real" acrescentou.

A cientista de 27 anos está atualmente no segundo ano de um doutoramento sobre doenças neurodegenerativas dividido entre a universidade de Leicester e a Faculdade de Medicina de Lisboa e financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Além de um prémio monetário de 2.500 libras (cerca de 3.200 euros), a equipa terá a oportunidade de participar em eventos com profissionais do setor e de viajar para os EUA para apresentar o projeto numa competição semelhante.

"A ideia é difícil de concretizar, mas estamos a pensar continuar a reunir-nos. O que nos disseram é que a indústria investe em pessoas e não em ideias e nós tivemos uma boa química", enfatizou.

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