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Santana Lopes considera dia "triste" para Portugal

O provedor da Santa Casa da Misericórdia, Pedro Santana Lopes, considerou hoje que a detenção do ex-primeiro ministro José Sócrates um facto "triste para Portugal" e que levanta questões quanto ao "ponto a que o Estado chegou".

Santana Lopes considera dia "triste" para Portugal
Notícias ao Minuto

21:47 - 22/11/14 por Lusa

País Casos

"É, obviamente, um dia triste para Portugal e para os portugueses", declarou Santana Lopes, na Guarda, aos jornalistas, à margem da Academia do Poder Local, que decorre até domingo, promovida pelos Autarcas Sociais Democratas (ASD) e pelo Instituto Francisco Sá Carneiro.

Referiu que nos últimos dias o país tem assistido a uma sucessão de factos que preocupam quanto à solidez da estrutura do Estado, a modo como o Estado funciona, como "representa, defende e garante".

"Aqui, pelo que a Procuradoria-Geral da República divulgou, estarão em causa atos pessoais no exercício de funções públicas, ou não, isso agora cabe à justiça tratar, mas eu penso que nos sentimos todos, naturalmente, eu diria, acabrunhados, tristes, é a melhor palavra, por aquilo que está a acontecer em Portugal".

Santana Lopes espera "que se faça justiça, pelas pessoas, por Portugal, pelos portugueses".

"A justiça está a funcionar, temos que nos congratular com isso, mas é evidente, ninguém pode ficar satisfeito com situações como aquelas que estamos a viver", disse.

Reconheceu que, "nenhum Estado é perfeito" - "mas o nosso parece estar a funcionar e a tratar todos os cidadãos por igual, isto é um ganho", acrescentou.

O antigo primeiro-ministro disse também esperar "que se faça justiça" e, em sua opinião, "se alguém pecou, se alguém errou, se alguém cometeu crimes, que pague, se não, também que seja respeitada a sua inocência".

"Agora eu compreendo e é isso que é também é triste, que os portugueses olhem para a política, olhem para todo este espetáculo e depois tomem as pessoas todas pela mesma bitola", declarou.

Mostrou-se ainda preocupado "com o ponto a que o Estado chegou".

"Nós atingimos um Estado de quase insolvência institucional, depois de um Estado praticamente de insolvência económica, e isso, as duas coisas misturadas, deve suscitar muitas preocupações e exige uma regeneração ética, acima de tudo, na sociedade portuguesa, sobre as regras que todos nós temos que seguir no exercício das nossas funções públicas, na comunicação, funções privadas, o que for, autarcas, poder central, porque há aqui qualquer, de facto, coisa que ruiu", afirmou.

O ex-primeiro-ministro José Sócrates foi detido na sexta-feira à noite, quando chegava ao aeroporto de Lisboa proveniente de Paris, no âmbito de um processo de suspeitas de crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.

Esta é a primeira vez na história da democracia portuguesa que um antigo primeiro-ministro é detido para interrogatório.

Além de Sócrates, foram detidos, na quinta-feira, o empresário Carlos Santos Silva, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e o motorista João Perna, anunciou a Procuradoria-Geral da República ao início da tarde de hoje.

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