Os resultados do concurso foram hoje anunciados pela vereadora da Economia e Inovação na Câmara de Lisboa, Graça Fonseca, que frisou que, "independentemente das vicissitudes, independentemente de se cumprir mais ou menos, com mais um mês ou menos um mês, [...] hoje a cidade tem equipamentos, tem espaços e tem projetos que não existiriam se as pessoas não tivessem apresentado essas propostas".

Desde 2008 foram apresentadas, em todas as edições, 4.727 propostas e foram votados 1.458 projetos, disse a autarca, acrescentando que, "até hoje, os projetos mais votados, em todas as edições do Orçamento Participativo, representam um investimento de 26 milhões na cidade de Lisboa".

Nesta sétima edição foram apresentadas 669 propostas, das quais 211 foram transformadas em projetos, que estiveram em votação entre o dia 25 de setembro e 06 de novembro, contando com a participação de 36.032 pessoas na escolha dos 13 projetos vencedores, 11 deles com orçamento até 150 mil euros e dois até 500 mil euros.

Segundo Graça Fonseca, os projetos vencedores abrangem 13 freguesias da cidade, e "vão de áreas tão diversas como espaço público e o espaço verde, às áreas de economia, da cultura e mercados, tecnologias de informação, mobilidade e educação".

"Lisboa em Bicicleta" foi o projeto mais votado, com 4.588 voto. Com um orçamento de 500 mil euros, pretende "a construção de uma rede de via ciclável, que passe por todas as faculdades e todas as escolas da Universidade de Lisboa", disse Márcia Vila Valério, coordenadora da área de sustentabilidade do departamento de património e compras da Universidade de Lisboa.

Segundo esta responsável, "neste momento, todas as faculdades estão de tal forma espalhadas pela cidade", que o projeto beneficiará, não só os estudantes, como toda Lisboa.

Esta rede ciclável terá início na Cidade Universitária, passando pela zona da Baixa-Chiado, Campus da Ajuda e Monsanto, "num percurso completo de 24 quilómetros", disse.

"Há muitos troços que vão ser reaproveitados para esta ligação, há outros que serão partilhados com os automóveis e outros que serão apenas em ciclovia", explicou.

De acordo com Márcia Vila Valério, "assiste-se a uma mudança de comportamento dos alunos. Todos os anos existem pedidos para se aumentar o parqueamento de bicicletas, para se criarem melhores condições e mais condições" para o uso da bicicleta como meio de transporte.

"Temos tido, claramente, uma resposta positiva quando melhoramos as condições para os alunos trazerem a sua bicicleta para a universidade e esta é, sobretudo, uma mais-valia para incrementar e aumentar o número de utilizadores de bicicleta", reforçou.

Com orçamento até 150 mil euros foram vencedores 11 projetos: Requalificação Azinhaga das Carmelitas (Carnide), Intervenção de Arte Urbana na Rua Adriano Correia de Oliveira (Avenidas Novas), Alternância de Materiais na Calçada (Campolide), Pela Arte de S. Cristóvão (Santa Maria Maior), Formação Programação Lisboa -- Desemprego Zero, Implementação de Pomar na Quinta dos Lilazes (Lumiar), Aplicação Mobile -- A nossa Lisboa, Requalificação do Espaço Exterior da Escola Básica Alta de Lisboa (Santa Clara), Mobilidade Suave no Centro da Cidade, Requalificação do Mercado de Alvalade e Mobilidade Ciclável, nas freguesias de Arroios, Areeiro e Alvalade.

Além do projeto "Lisboa em Bicicleta", na categoria até 500 mil euros foi também seleccionado o projeto Trilhos de Monsanto, na freguesia da Ajuda.