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Concurso de bandas oferece caixão em Dia de Finados

Uma urna funerária é o prémio a atribuir ao vencedor de um concurso de bandas de música portuguesas que decorre no sábado em Bemposta, Abrantes, segundo a organização.

Concurso de bandas oferece caixão em Dia de Finados
Notícias ao Minuto

19:05 - 31/10/14 por Lusa

País Abrantes

O Coffin Festival ("coffin" significa caixão, em português), na sua oitava edição, apresenta-se como um encontro nacional de música alternativa, com bandas de garagem que, em concurso, demonstram num concerto ao vivo as suas capacidades. A banda mais votada pelo júri e pelo público presente é merecedora do prémio que dá o nome ao evento: um caixão.

A iniciativa regressa no sábado depois de estar interrompida durante alguns anos. "O festival começou em 2002 para dinamizar a juventude da Bemposta e, quando iniciámos contactos para recolha de patrocínios, a primeira empresa que nos apoiou foi a agência funerária da localidade, que ofereceu na ocasião, e de forma vitalícia, um caixão aos vencedores de todas as edições que realizássemos", disse hoje à agência Lusa o presidente da direção da Sociedade Recreativa e Musical de Bemposta.

"Fiquei muito admirado e um pouco sem palavras, mas era um apoio genuíno, de uma empresa da terra, e que não queríamos recusar", recordou Filipe Oliveira.

A partir de então, este passou a ser o principal prémio numa noite marcada pelas atuações de grupos de vários estilos musicais, que podem ainda ganhar um "incentivo monetário de 1.000 euros".

Das bandas vencedoras, apenas os Sopas de Cavalo Cansado, de São Domingos de Rana (Cascais), fizeram questão de levar o caixão para casa. Todos os outros grupos optaram por trocar a urna funerária por dinheiro.

"O empresário percebia que não era fácil uma banda de longe levar um caixão às costas e não se importava de trocar a urna pelo dinheiro que valia", observou o dirigente associativo.

O guitarrista dos Hyubris, banda vencedora da primeira edição do Coffin Festival, em 2002, contou à Lusa a "dificuldade" em levar o prémio para casa, tendo optado por fazer negócio na sala de espetáculos.

"O caixão era perfeito, cheio de cromados e rendas, mas nós ensaiávamos em minha casa. Como é que eu ia chegar a casa de manhã cedo e explicar aos meus pais que levava um caixão para colocar na sala ou na garagem?", recordou Jorge Cardoso.

Depois da entrega do prémio, continuou, "numa encenação brutal em palco, com luzes e fumos", o negócio acabou por ser feito depois de umas quantas bebidas: "Vendemos o caixão às 06:00, por 150 euros, a um indivíduo que estava lá".

Na sua opinião, este é um festival "bem organizado, com gente boa e com uma interação muito interessante com músicos de todo o país".

A organização diz que, com este regresso, o evento será realizado de forma regular de três em três anos.

"Este é um festival que nunca esteve morto", assegurou Filipe Oliveira.

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