Câmara quer garantias que nova ponte não aumenta risco de cheias
A Câmara de Loures exige que a Estradas de Portugal dê garantias de que a construção da nova ponte sobre o rio Trancão não venha a agravar os problemas das cheias e do trânsito na freguesia de Sacavém.
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País Loures
"Estamos a falar de uma zona com um intenso tráfego rodoviário e com muitos constrangimentos. A juntar a isso é também uma zona com enorme risco de cheias e até agora não nos foi dada uma garantia concreta de que não vai agravar o problema na baixa de Sacavém", disse à Lusa o vice presidente da Câmara de Loures, Paulo Piteira (CDU).
A obra, da responsabilidade das Estradas de Portugal (EP), contempla a substituição do atual tabuleiro, assim como o aumento do vão da ponte. Numa nota enviada à agência Lusa, a empresa esclarece que a nova ponte vai contribuir para minimizar o problema das cheias e que, neste momento, a empresa "está a procurar soluções conjuntas com a Câmara de Loures".
Por seu lado, o vice presidente da Câmara de Loures reconheceu que a construção de uma nova ponte sobre o rio Trancão é "bastante necessária", mas lamentou o facto de a autarquia não ter sido informada do projeto atempadamente.
"Fomos informados no dia 05 de agosto que a obra estava consignada desde o dia 01. Naturalmente que ficamos preocupados porque nós não conhecíamos pormenores da obra e estamos a falar de uma zona nevrálgica", observou o autarca.
Paulo Piteira referiu que a partir do momento em que a Câmara de Loures foi informada da realização da obra teve várias reuniões com a EP, mas que até agora ainda não recebeu uma garantia de que a sua execução não vai causar problemas "colaterais".
O autarca afirmou mesmo que o executivo municipal só irá ficar mais descansado quando a EP garantir "de forma clara" que o problema de cheias na região não se vai agravar.
Contactada pela Lusa, a Associação de Defesa do Ambiente de Loures (ADAL) disse desconhecer o projeto da nova ponte, mas referiu ter a expetativa de que possa resolver os problemas existentes na baixa de Sacavém.
"Uma ponte nova vai ter de responder aos problemas atuais. A ponte velha estrangulava o tráfego e também causava o estrangulamento do rio Trancão. Aquilo que esperamos é que no futuro se possa melhorar a fluidez do trânsito e que não seja um obstáculo à circulação das águas", afirmou Rui Pinheiro, da ADAL.
A Estradas de Portugal considera ainda na mesma nota que "esta solução irá permitir o aumento da secção de vazão na zona da estrutura e permitir um melhor escoamento do rio em situação de cheia, não prejudicando as atuais condições de drenagem da Praça da República de Sacavém, nem irá contribuir para o aumento do caudal de águas que, proveniente de montante, se dirige para aquele local quando se regista maior pluviosidade", apontam.
O prazo de execução da obra é de um ano e representa um investimento de 2,5 milhões de euros.
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