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Adesão dos enfermeiros da Madeira à greve é de 85% no turno da manhã

A adesão dos enfermeiros da Madeira hoje à greve de dois dias destes profissionais de saúde é de 85 por cento e levou à reprogramação de consultas e cirurgias, disse à Lusa fonte sindical.

Adesão dos enfermeiros da Madeira à greve é de 85% no turno da manhã
Notícias ao Minuto

12:27 - 24/09/14 por Lusa

País sindicatos

"Estamos com uma adesão de 85 por cento no turno da manhã", afirmou o responsável do Sindicato dos Enfermeiros da Madeira.

Segundo Juan Carvalho, no serviço de consultas externas do Serviço de Saúde da Madeira (SESARAM), "dos 17 enfermeiros ao serviço, apenas dois estão a trabalhar, pelo que muitas consultas foram reprogramadas".

Quanto ao bloco operatório, "tudo o que era cirurgia reprogramada foi suspensa e adiada, estando só equipas de urgência ao serviço, o que é obrigatório", adiantou.

O dirigente sindical madeirense acrescentou que "em muitos outros serviços de internamento, casos de cirurgias, ortopedias e medicinas, estão só a funcionar os serviços mínimos, sendo a adesão de 100 por cento".

Ao nível dos cuidados primários de saúde, Juan Carvalho diz que "muitos centros de saúde nem têm enfermeiros ao serviço", dando como exemplos os casos das estruturas do Estreito de Câmara de Lobos, Campanário (Ribeira Brava), São Vicente, que está a funcionar só com urgências.

No principal centro de saúde do Funchal, o do Bom Jesus, "dos quatro pisos ou valências, em dois andares a adesão é de 100 por cento", apontou.

Juan Carvalho considera que a grande adesão dos enfermeiros a esta forma de luta "representa de facto que a mensagem passou e demonstra que estão revoltados e a mostrar ao Governo que basta de continuar a prolongar as injustiças".

O dirigente sindical refutou as afirmações do secretário regional dos Assuntos Sociais, que, questionado terça-feira sobre a paralisação, argumentou que a situação de dificuldades financeiras afeta a todos e não apenas a estes profissionais de saúde, sendo que o motivo da greve é nacional e não regional.

O sindicalista respondeu que o governante "arranjou uma norma habilitante para ajustar os vencimentos dos cargos de gestão intermédia e de topo do SESARAM, mas não tem norma habilitante para atualizar os vencimentos dos enfermeiros que trabalham em contrato individual de trabalho e ganham menos 180 a 200 euros do que os colegas integrados no I escalão da carreira".

Juan Carvalho destacou que os enfermeiros da Madeira têm de fazer "milagres" para que não falte material para tratar os doentes, visto que há carência de batas, luvas, medicação e estes profissionais "não têm condições de trabalho".

"Esta greve é nacional porque tem questões transversais, carência de enfermeiros, estamos a falar de uma falta de 500 no SESARAM", sublinha Juan Carvalho.

O dirigente sindical refere ainda a questão do horário das 40 horas de trabalho, argumentando que apesar do secretário com a tutela ter garantido que deu ordem para "desencadear a negociação coletiva, não existe nenhuma proposta" e que esta nem é necessária, "bastando aplicar o diploma da carreira de enfermagem.

A Secretaria Regional dos Assuntos Sociais da Madeira recusou comentar os números desta greve.

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