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Caminhada para alertar para dificuldades de invisuais

Pilaretes mal colocados, passeios que não são rebaixados, sinalética demasiado baixa ou buracos na calçada são apenas alguns dos muitos obstáculos presentes na cidade de Lisboa e para os quais a Associação de Retinopatia alertou hoje com uma caminhada matinal.

Caminhada para alertar para dificuldades de invisuais
Notícias ao Minuto

14:49 - 20/09/14 por Lusa

País Associação

A iniciativa juntou cerca de 40 pessoas e insere-se no projeto "Uma Lisboa para Todos", com que a Associação de Retinopatia de Portugal (ARP) venceu a primeira edição do concurso "EMEL em Movimento", da responsabilidade da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento.

O ponto de encontro foi na Praça da Figueira, na baixa de Lisboa, e foi nos momentos que antecederam o início da caminhada que o presidente da ARP explicou à Lusa que se trata da penúltima de uma série de passeios feitos com vista a identificar e reportar os vários obstáculos com que as pessoas com dificuldade de visão se confrontam na cidade.

Os sinais verticais luminosos são um dos primeiros problemas que Rui Vasconcelos aponta, sublinhando que só existe sinal sonoro em 5% dos semáforos e salientando que estes equipamentos não existem nas principais artérias da cidade.

"A manutenção da sinalética, passadeiras e outras, está muito deficiente e com pouco contraste, o que dificulta a visibilidade", criticou.

Apontou também o facto de não haver uma regularização e normalização da colocação dos obstáculos e do mobiliário urbano nos pavimentos.

"É muito complicado andar na cidade de Lisboa porque as pessoas cegas ou com baixa visão têm as suas estratégias e as suas defesas, mas realmente os obstáculos são múltiplos, não há a tal normalização da colocação das sinaléticas, dos pilaretes, do mobiliário urbano, e como não está normalizado e é desordenado e desregrado é muito mais difícil as pessoas saberem o que vão encontrar e como se defender", explicou.

Estes e outros obstáculos são descritos num relatório preliminar e para os quais Rui Vasconcelos garante que há soluções fáceis e baratas.

Presente no local, a provedora do cliente da EMEL explicou que a realização do concurso serviu para a empresa municipal promover medidas dissuasoras de comportamentos como o estacionamento ilegal, tendo ao mesmo tempo um papel de facilitação da circulação na cidade para todos, principalmente quem tem dificuldades de locomoção.

Sendo também uma pessoa com dificuldades de visão, Ana Sofia Antunes destacou a calçada portuguesa como um dos principais problemas para quem é cego ou tem baixa visão.

A responsável da EMEL disse ainda que o objetivo final do projeto é "no final destas caminhadas fazer um conjunto de propostas muito concretas", que serão depois entregues à Câmara Municipal de Lisboa, com vista a conseguir fazer algumas alterações ao nível dos obstáculos na via pública.

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