Diretores e funcionários de lar juvenil acusados de maus-tratos
O Ministério Público acusou dois dirigentes e seis funcionários do polo de Vila do Conde do Centro Juvenil de Campanhã do crime de maus-tratos, sendo as vítimas 22 rapazes acolhidos na instituição, foi hoje divulgado.
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País Vila do Conde
Segundo o site da Procuradoria-Geral Distrital do Porto, os arguidos, entre os quais a diretora pedagógica do centro, ministraram castigos físicos aos utentes e sujeitaram-nos a "tratamentos humilhantes".
Os factos terão acontecido entre 2010 a 2013, num lar de infância e juventude, que tem acordo de cooperação com a Segurança Social e que acolhe crianças e jovens do sexo masculino em situação de risco.
Quatro dos arguidos foram detidos em finais de outubro de 2013 pela GNR, após uma investigação desencadeada por denúncias de antigos funcionários e alunos.
As denúncias reportavam-se a bofetadas, pontapés e agressões com toalhas molhadas e a castigos como arrancar ervas de joelhos.
Na altura, o Tribunal Judicial de Vila do Conde aplicou aos detidos a medida de coação mais leve (termo de identidade e residência), determinando ainda a suspensão das funções que desempenhavam na instituição.
Proibiu-os também de contactarem com a instituição e com os utentes.
À porta do tribunal, Filipe Conceição, que foi aluno daquele Centro Juvenil durante 20 anos, disse que chegou a ser agredido com um ferro, que lhe deixou uma marca na barriga.
"Aleluia, que finalmente parece que se está a fazer justiça", referiu, sublinhando que deveriam ser "muitos mais" os detidos por maus-tratos.
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