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Já não se fazem 'silly season's' como antigamente

O termo ?silly season? é comummente empregado para se referir ao período de verão, quando, nas empresas, o volume de negócios abranda, e quando na política e na imprensa, os políticos vão de férias e por isso deixam de haver acontecimentos noticiáveis. Porém, um trabalho publicado esta sexta-feira pelo Diário Económico mostra que não é bem assim, pelo menos nos últimos quatro anos.

Já não se fazem 'silly season's' como antigamente
Notícias ao Minuto

08:31 - 29/08/14 por Notícias Ao Minuto

País Histórico

Entre demissões de ministros e quedas de bancos, os últimos quatro anos têm provado que a silly season já não é o que era. Nos últimos quatro anos, de Gaspar a Salgado, tem sido muito o trabalho dado pelas figuras mais proeminentes do Estado à imprensa, que tem por função informar os cidadãos.

Hoje, num artigo escrito pelo Diário Económico, recuperamos cinco dos principais acontecimentos que, durante os últimos quatro verões, têm feito as páginas dos jornais surgirem nas bancas a ‘escaldar’.

Agosto de 2010, o BPN volta à agenda pública. O Governo, depois de vários milhares de milhões dos contribuintes gastos a tapar os buracos de gestão do banco liderado por Oliveira e Costa, anuncia ao país que, finalmente, vai reprivatizar o banco. O valor do negócio escandaliza os mais incautos. 180 milhões de euros, depois de gastos mais de 3 mil milhões de euros para nacionalizar o banco.

Estamos em julho. Desta feita, de 2013. O ministro das Finanças, numa carta pública, com críticas e ‘confissões’, confirma o cenário há muito reclamado pela oposição e pede a demissão. Passos aceita a decisão do seu ‘homem forte’ e precipita-se uma crise política. Maria Luís Albuquerque, à data secretária de Estado do Tesouro, faz um ‘swap’ com Vítor Gaspar e assume a pasta deixada vaga. Paulo Portas, discordante da escolha do primeiro-ministro, volta a ameaçar fazer ruir o Governo.

Paulo Portas, líder CDS, partido que com o PSD forma a coligação governativa, convoca a imprensa. Perante os jornalistas anuncia, com pompa e circunstância, que irá ‘irrevogavelmente’ demitir-se. Passos apressa-se a dizer que não aceita a demissão de Portas e o ministro dos negócios estrangeiros é promovido e passa a ‘vice’ do governo.

Estamos agora em junho de 2014. O Grupo Espírito Santo é amplamente noticiado na imprensa por alegadas irregularidades nas suas sociedades. O BES, dizem os especialistas, está fora de perigo, mas o Banco de Portugal faz afastar o histórico líder do banco da liderança do mesmo. Ricardo Salgado, dias depois é detido e questionado pela Polícia Judiciária.

Volvidos apenas uns dias, feito o balanço das contas do BES, o banco cai na desgraça. O Banco de Portugal é chamado a intervir e separa o BES em dois bancos: um banco mau e um Novo Banco. O custo da operação, realizada pela primeira vez na história europeia, aplicando nova legislação comunitária, é notícia em Portugal e no mundo. Quase 5 mil milhões, injetados parcialmente pelo Estado.

Agosto de 2014. Do Palácio Ratton, ‘casa’ do Tribunal Constitucional português, novo chumbo. O nono. Em causa, a Contribuição de Solidariedade que deveria substituir a CES e os cortes nos salários da Função Pública, que apenas podem vigorar até ao final de 2015. O Governo e Maria Luís Albuquerque, acusados pela oposição de ‘governarem contra a lei’, têm de voltar a pegar na calculadora e fazer contas a um novo Orçamento Retificativo, já com as contas para o ano seguinte no horizonte.

Verão quente atrás de verão quente, os últimos quatro anos, têm vindo a provar que o termo silly season está a ficar fora de moda, sobretudo se tivermos também em conta acontecimentos globais. Lembremos ainda, por exemplo, a escalada da Gripe A (2009), a chegada da troika a Portugal (2011), as manifestações históricas país fora (2012) ou as quedas de aviões e o Ébola (2014).

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