Meteorologia

  • 25 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 13º MÁX 19º

Presidente de junta agredido em protesto contra falta de água

Populares de Perafita, Alijó, manifestaram-se hoje contra a falta de água que afeta a aldeia desde abril, um protesto que acabou com o presidente da Junta a ser empurrado por um dos manifestantes, constatou a Lusa no local.

Presidente de junta agredido em protesto contra falta de água
Notícias ao Minuto

12:50 - 19/08/14 por Lusa

País Alijó

O protesto era contra a falta de água, mas à chegada do presidente da Junta de Vila Verde à localidade os ânimos exaltaram-se com alguns populares a gritarem palavras de ordem como "vergonha" ou "mentiroso" e um dos manifestantes acabou por empurrar Domingos Henriques, que caiu no chão.

A GNR, presente no local, interveio de imediato e acabou por identificar o alegado agressor.

o autarca Domingos Henriques, em declarações aos jornalistas, lamentou a situação e disse estar a pensar se avança ou não com procedimento criminal contra o suspeito.

"São situações que não se admitem, nem eu posso admitir uma coisa dessas. Isto é reprovável", salientou o autarca.

A população de Perafita queixa-se da falta de água, um problema que diz que está a afetar a aldeia desde abril, mas que se intensificou neste mês devido ao regresso de muitos emigrantes. O abastecimento é feito através de nascentes, com a água a ser encaminhada para um depósito.

Os manifestantes dispararam críticas contra o presidente da junta, a quem acusam de "não fazer nada" e de "não estar ao lado" das pessoas desta aldeia da freguesia de Vila Verde.

"Só queremos que se arranje uma maneira de termos água", afirmou Carlos Fernandes, emigrante no Luxemburgo e que todos os verões regressa de férias à terra natal.

Este emigrante fala em "caos" e diz que tem que ir buscar água aos poços ou fontanários.

"Estamos ainda mais indignados porque nos foi prometido um camião cisterna para nos abastecer e ainda não veio nada para aqui", salientou.

Alfredo Vaz vive durante todo o ano na aldeia e lamentou pagar desde abril a fatura da água, sem ter este bem a correr nas torneiras lá de casa.

"O pessoal era pouco, a água ia faltando mas lá se ia resolvendo, só que agora com os emigrantes há mais gastos e foi pior. Estamos há dias sem água nenhuma. As pessoas se querem cozinhar têm que ir buscar a água à fonte ", referiu.

Mais no cimo da aldeia, longe da confusão, Ana de Jesus aproveitou para lavar a roupa num tanque público já que, em casa, não dá para por a máquina a lavar. "Nem se pode tomar um banho, nem se pode fazer nada. Temos que nos desenrascar", frisou.

O autarca Domingos Henriques garantiu que tem estado a tentar resolver o problema conjuntamente com a Câmara de Alijó, a responsável pelo abastecimento de água.

"Este é um problema que já se arrasta há uns anos, não é só de agora. Se não se substituir as tubagens que ligam as aldeias à nascente, o problema só vai ser resolvido temporariamente", explicou.

O autarca explicou que tem pedido à câmara para que seja feito um levantamento estrutural de toda a canalização e que contactou os bombeiros no sentido de virem à aldeia com uma cisterna de água, tendo, no entanto, obtido a resposta de que os "camiões não cabem nos caminhos".

Hoje, um técnico do município esteve no local a substituir uma bomba que estava estragada, mas Domingos Henriques teme que seja apenas uma "resolução temporária do problema".

O protesto dos habitantes de Perafita já teve início na segunda-feira, quando retiveram durante algum tempo uma carrinha da junta, uma situação que foi resolvida com a chegada da GNR ao local.

Os mesmos militares foram hoje recebidos com palmas por parte dos populares.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório