Pai da bebé que morreu em água a ferver queria ter "cinco filhos"
A morte da bebé de quatro meses em água a ferver chocou a comunidade que vive na Rua do Vale Formoso, em Lisboa. Os vizinhos contam que o pai chamava a menina de 'princesa', mas os gritos e choro eram constantes naquela casa, noticia o Jornal de Notícias.
© DR
País Testemunhos
O bairro do Vale Formoso ficou em choque quando soube que a menina Leonor tinha falecido na noite de domingo, em água a ferver. Alguns vizinhos descreveram Mário, de 30 anos e Paula, de 24, como um casal "estranho" e que os gritos e choro eram constantes no seu seio familiar.
A mãe não estava em casa quando a bebé de quatro meses morreu em água quente. O casal tem ainda outra filha de 18 meses que foi entregue às autoridades. Paula foi libertada pela Polícia Judiciária e o companheiro vai ser ouvido esta terça-feira no tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, onde poderá ser acusado de homicídio por negligência.
Uma vizinha do casal, Carla Fria, que reside no apartamento ao lado, disse que a menina chorou todo o domingo, dia da trágica morte. “Percebia que era a bebé, pelo choro. Não se calava coitadinha”. “Ele gritava ‘shut up’” e aos gritos dava “pancadas, palmadas fortes. Não sei onde é que ele batia, mas era forte”. Para a vizinha, “às vezes, havia discussões, mas na semana passada foi pior”.
Mário e Paula terão discutido durante a tarde de domingo e poderá ter sido nessa sequência que a mulher não estava em casa. O casal de desempregados vivia do Rendimento de Inserção Social, mas recentemente Mário tinha arranjado emprego num restaurante em Alvalade.
“A filha para ele era a ‘Princesa’”, disse, por sua vez, Esperança Rebelo, proprietária da mercearia onde Mário ia. “Levava sempre muita coisa. E eu até lhe perguntava para que era tanto comer. Ele respondia que a ‘Princesa’ já estava a comer sopa”.
Os vizinhos e comerciantes da Rua do Vale Formoso, onde o casal reside há três anos, caracterizaram Mário como sendo o mais "expansivo".
“Ele estava sempre a falar da família. Ainda ontem [anteontem] me disse que queria ter quatro ou cinco filhos, porque as crianças são o melhor que há no Mundo”, contou uma vizinha.
Rosa Godinho, que vive no prédio ao lado, contou que ouvia as crianças a chorar. “Não sabia de onde vinha esse barulho, agora já percebi”.
Outra moradora recordou o choque. “Olhe que até uma das pessoas do INEM saiu lá de casa e se sentiu mal. Dizia que já andava nisto há muitos anos, mas que nunca tinha visto um bebé tão pequeno naquele estado”, acrescentou.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com