Os efeitos da crise na economia estão associados à queda do número de divórcios verificada em 2013, adianta o Jornal de Notícias. As dificuldades económicas levam por vezes casais, já separados, a manter-se na mesma casa, adiando o divórcio.
Nos últimos anos a quebra no número de divórcios parece ser notória. Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2011 houve 27.092 divórcios. Em 2012 o número desceu para os 25.704. No último ano o número de divórcios ficou-se pelos 22.755. O aumento das uniões de facto terá algum impacto nesta questão mas não explica tudo.
A advogada Alexandra Beja explica ao Jornal de Notícias que “há pessoas que vão mantendo o casamento vai não vai”, diz, adiantando que muitos clientes lhe dizem que “veem como muito difícil a possibilidade de refazer a vida sozinhos nesta fase de grande aperto económico”.
A mesma advogada descreve mesmo alguns casos como “vida de irmãos”, com os membros do casal já a dormir em quartos separados, marcando férias individualmente, mas ainda a viver na mesma casa.
Ironicamente, da mesma maneira que as dificuldades financeiras parecem ter impacto no adiar do divórcio, a advogada acredita que o difícil contexto económico contribuirá também para o deterioramento de relações. “Ninguém se entende quando há contas para pagar”, disse ao mesmo jornal.
