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Governo e portugueses no país reclamam embaixada

A criação de uma embaixada de Portugal em Malabo, capital da Guiné Equatorial, é reclamada por empresários portugueses no país e por representantes do governo equato-guineense.

Governo e portugueses no país reclamam embaixada
Notícias ao Minuto

07:06 - 22/07/14 por Lusa

País Guiné Equatorial

"Nós precisamos de uma embaixada de Portugal em Malabo porque os nossos cidadãos estão a descobrir Portugal" e é preciso "ir até São Tomé para obter o visto" de entrada, disse à agência Lusa Cristina Abeso Mangue, embaixadora para a Lusofonia.

"Se Portugal abrir uma embaixada aqui vai facilitar muito a nossa ida a Portugal e descobrir o que o vosso país tem para oferecer", explicou a embaixadora da Guiné Equatorial, que tem uma representação em Lisboa desde 2013.

O interesse dos equato-guineenses por Portugal é também destacado pelo cônsul honorário no país, Manuel Azevedo, que gostaria de aproveitar a experiência nacional no ensino como novo argumento de atração entre os dois países.

"Eu tenho quase todos os dias gente a pedir-me vistos" e "muita gente quer ir estudar [para Portugal] para universidades boas".

Para o cônsul, "a maior riqueza que Portugal pode vender em tempos de crise era ter alunos da Guiné Equatorial a estudar" no país, ajudando desse modo à formação de novos quadros e à divulgação do português.

Atualmente, já existem diplomatas guineenses em formação em Portugal e estão previstas algumas bolsas, mas a grande aposta de Manuel Azevedo é sensibilizar as universidades portuguesas para criar programas de entrada à semelhança do que já sucede noutros países da CPLP.

"Os portugueses aqui nunca precisaram do Governo de Portugal: não conheço aqui ninguém que tenha feito negócios por ter vindo em comitivas ou por ter vindo através de algum protocolo", explicou o cônsul português, que apela à presença de mais empresários nacionais no país para suprir as carências identificadas, mas também para usar a ilha de Bioko, onde está a capital, como "plataforma para as suas empresas".

"Estamos a uma hora de uma série de países", com "voos quase diários", permitindo entrar num mercado da África Ocidental que inclui potências como os Camarões, Nigéria ou o Gabão.

"Está aqui tudo ao lado se as pessoas quiserem pensar [em Malabo] como uma plataforma regional para as suas empresas".

Mas para tal, é preciso que as empresas estejam "financeiramente preparadas" para investir, avisa Manuel Azevedo, reconhecendo que é necessário injetar muito dinheiro em projetos antes de começar a obter dividendos.

A boa imagem dos portugueses "é um proveito que não nos beneficia mais porque não temos cá embaixada", admite Manuel Azevedo, que aceitou ser cônsul honorário no final de 2013 para minimizar a ausência de presença institucional de Portugal num país que deve entrar como membro de pleno direito na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

A representação é assegurada pela embaixada em São Tomé e Príncipe e, em situações urgentes, pela embaixada de Espanha, mas isso não satisfaz os empresários.

Mas "São Tomé está demasiado longe, apesar dos esforços da embaixadora Paula Silva", lamenta Manuel Azevedo.

Em resposta a estes pedidos, fonte do governo português disse à Lusa que a "avaliação da rede externa portuguesa é um processo contínuo", mas que a instalação de uma embaixada no país é "uma das hipóteses que está a ser devidamente ponderada".

Carlos Gonçalves, proprietário de uma empresa de mergulho e de um bar na cidade de Malabo, não fica descansado e diz que os portugueses se sentem abandonados: "é urgente termos aqui uma embaixada. Prometeram que nos iam acompanhar de perto, mas não sinto nada disso".

O empresário português António Belo concorda e reclama um papel mais ativo do Governo português.

"Não se entende que hajam determinados sítios com quem não temos comércio e temos embaixadas enormes e aqui há uma falta de visão desde há muitos anos", diz.

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